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Sob diferenças religiosas, papa Francisco termina viagem na Geórgia e Azerbaijão

A viagem do pontífice começou na sexta-feira na Geórgia, onde foi recebido no aeroporto pelo Patriarca Ilia II, o chefe da Igreja Ortodoxa da Geórgia

epa04914465 Pope Francis speaks during an audience in the Paul VI hall at the Vatican, 05 September 2015. Pope Francis greeted an estimated 5000 members of the Parish Evangelizing Cell movement in the Paul the VI Hall. EPA/ANGELO CARCONI
epa04914465 Pope Francis speaks during an audience in the Paul VI hall at the Vatican, 05 September 2015. Pope Francis greeted an estimated 5000 members of the Parish Evangelizing Cell movement in the Paul the VI Hall. EPA/ANGELO CARCONI
Em um discurso com o presidente, o papa enfatizou a importância de não “abusar dos direitos dos outros que têm ideias diferentes e perspectivas” Foto: Agência Brasil

O papa Francisco concluiu uma visita de três dias às antigas repúblicas soviéticas da Geórgia e do Azerbaijão neste domingo, em uma viagem que provou ser um ato de equilíbrio diplomático e religioso.

O Cáucaso do Sul apresenta um importante teste da visão do papa do ecumenismo: a noção de uma igreja cristã universal. A região é o lar de Comunidades Eclesiais de séculos de idade, mas são uma minoria fiéis católicos. É também uma mistura de animosidades étnicas e religiosas complexas.

A viagem do pontífice começou na sexta-feira na Geórgia, onde foi recebido no aeroporto pelo Patriarca Ilia II, o chefe da Igreja Ortodoxa da Geórgia. Em sua passagem pela Geórgia, o papa estendeu a mão para a igreja da Geórgia, apesar de um desprezo evidente pelos líderes ortodoxos, que se recusaram a participar de uma missa realizada no sábado em um estádio quase vazio na capital da Geórgia, Tbilisi.

“Devemos trabalhar juntos. Nós respeitamos uns aos outros e devemos rezar juntos”, disse ele, durante a missa. “Este é o ecumenismo”.

Em uma visita ao Azerbaijão, que possui predominantemente muçulmanos, o papa ficou focado no diálogo inter-religioso e na tolerância, além de uma orientação clara de crítica direta contra a presidência cada vez mais autoritária de Ilham Aliyev.

Sob o comando de Aliyev, as autoridades prenderam dezenas de trabalhadores de direitos humanos e grupos de oposição política, trabalhou para cortar os grupos de direitos locais de financiamento externo e, ao mesmo tempo, aumentou o poder do presidente.

Em um discurso com o presidente, o papa enfatizou a importância de não “abusar dos direitos dos outros que têm ideias diferentes e perspectivas”, mas por outro lado o líder o elogiou por esforços para promover o crescimento cívico.

O papa Francisco enfatizou também mensagens de paz e diálogos nos meses depois de um ressurgimento da violência entre o Azerbaijão e os rebeldes armênios, apoiados na região de Nagorno-Karabakh. Apesar do cessar-fogo, um tratado formal de paz nunca foi assinado entre os lados em conflito.

Ainda no Azerbaijão, o papa rezou uma missa e realizou uma reunião com um líder muçulmano regional. Sem se referir diretamente ao terrorismo islâmico, criticou a violência fundamentalista.

“Nós vemos o crescente surgimento de reações rígidas e fundamentalistas por parte daqueles que, por meio de palavras e atos violentos, procuram impor atitudes extremas e radicais que estão mais afastadas do Deus vivo”, disse o pontífice. Fonte: Dow Jones Newswires.