Um dos sobreviventes do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), morreu dois anos após a tragédia, que aconteceu em janeiro de 2013.
Com o caso de Uilian da Silva Vieira, de 27 anos, o número de vítimas chega a 243. O jovem morreu há cerca de um mês e meio, mas apenas agora a morte foi comunicada à AVTSM (Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria).
O presidente da associação, Sérgio da Silva, informou ao R7 que o jovem já tinha problemas respiratórios antes do incêndio na boate. “Depois da Kiss, ele começou a fazer tratamento no hospital universitário.”
O presidente disse também que os médicos não deram informações exatas sobre o caso e que não é possível afirmar com certeza se a morte foi consequência da tragédia ou se foi em decorrência dos problemas pulmonares que ele já tinha.
Na noite do incêndio, Uilian chegou a ajudar na retirada de algumas vítimas e inalou muita fumaça. Depois de um ano e meio, o estado de saúde dele ficou mais grave e os pulmões pararam de funcionar.
Incêndio
O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro de 2012.
O fogo começou porque, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um dos integrantes acendeu um artefato pirotécnico, uma espécie de fogo de artifício chamado “sputnik”, que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se espalharam em poucos minutos.
A casa noturna estava cheia na hora em que o fogo começou, com cerca de mil pessoas. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros.
Dois músicos e dois donos da casa noturna chegaram a ser presos, mas respondem ao processo em liberdade. No mês passado, a Justiça determinou a limpeza e descontaminação da boate para avaliar se é possível realizar uma reconstituição do incêndio. A boate ainda está lacrada com tapumes. A Brigada Militar disponibiliza ao menos um policial para fazer a segurança na boate 24 horas por dia para preservar o local até que a Justiça determine a liberação.
Com informações do Portal R7