O desaparecimento do submarino da OceanGate no Oceano Atlântico durante uma expedição que iria visitar os destroços do Titanic terminou em tragédia, com a confirmação da Guarda Costeira americana de que o submersível sofreu uma implosão “catastrófica”, matando as cinco pessoas a bordo. Entretanto, outros fatores podem ter colaborado para o desastre no mar.
Uma implosão é o contrário de uma explosão, onde a pressão é direcionada para dentro com uma força descomunal após a pressão externa superar a pressão interna do submersível, o que pode ocorrer quando ele desce a profundidades além do suportado pela sua estrutura, assim como em uma explosão, é improvável que reste muito da embarcação e de seu conteúdo após o evento.
Em uma implosão, há o colapso rápido do casco do submarino, o que pode resultar em danos graves ou na destruição total da embarcação. Os tripulantes estão sujeitos a sofrer lesões sérias devido ao impacto, esmagamento ou ferimentos causados pelos destroços resultantes desse processo.
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Ainda não está claro em que momento exato ocorreu a implosão desde o desaparecimento do submarino no último domingo, a investigação busca esclarecer esses detalhes trágicos.
O papel da pressão da água na morte dos passageiros
Além da implosão, a pressão da água a grandes profundidades também pode ter tido um importante papel no caso, como explica o neurocientista pós PhD em neurociências e diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Fabiano de Abreu Agrela.
“A pressão da água é muito poderosa, ainda mais em profundidades tão grandes assim, isso faz com que, além da implosão, a pressão também pode ter contribuído para tornar a tragédia pior e danificar ainda mais a estrutura do submersível, o que também impactou em todos os tripulantes”, explica.
“As próprias autoridades evitam falar sobre a recuperação dos corpos justamente porque a uma pressão deste nível é possível que eles tenham sido destruídos e até mesmo partes da estrutura do submersível estejam completamente desintegradas”, afirma Fabiano.
A pressão nas profundezas do oceano é um fator crítico que pode resultar na morte de uma pessoa que mergulhe a grandes profundidades sem a proteção adequada.
À medida que se desce a maiores profundidades, a pressão aumenta devido ao peso da coluna de água acima, níveis extremos de pressão, como os encontrados em áreas oceânicas profundas, podem ser extremamente perigosos e letais para os seres humanos.
O submersível perdeu contato com o comando remoto em terra que o guiava na expedição rumo ao Titanic no domingo (18).
Morreram os bilionários Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation e Shahzada Dawood, paquistanês vice-presidente do conglomerado Engro, além de seu filho Suleman, todos passageiros da expedição.
A tripulação composta pelo mergulhador francês Paul-Henry Nargeolet, e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions são as outras vítimas.