Apesar de o Espírito Santo ter superado, nesta terça-feira (29), a triste marca de 5 mil mortes decorrentes da covid-19, casos de pessoas que conseguiram vencer o coronavírus e se recuperar da doença têm sido mais frequentes no estado. Isso porque a taxa de mortalidade da doença, que é a proporção das mortes registradas em relação ao número de infectados, vem caindo nos últimos meses.
Em junho, no primeiro pico da doença, foram contabilizadas 1.046 mortes em mais de 32 mil casos confirmados, o que dá uma taxa de letalidade de 3,2%. Já em dezembro, foram quase 700 mortes em 36 mil infecções, reduzindo a taxa de letalidade para 1,8%. Atualmente, segundo o Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o índice de mortalidade no estado está em 2,1%.
“A taxa de letalidade é a chance que você tem de falecer caso você tenha a covid. Uma queda de 1%, quando é pouca gente, é uma queda pequena. Mas como a gente está vendo que tem milhares de pessoas pegando covid e a gente consegue diminuir 1% nos óbitos, também são milhares de pessoas que vão deixar de morrer. Isso é muito bom”, ressaltou o médico intensivista Leonardo Goltara.
No entanto, a taxa de mortalidade menor não quer dizer que o ritmo de novas infecções também diminuiu. Pelo contrário. Na matemática que envolve o índice de letalidade, o grande número de casos diários registrados no estado é fator fundamental para a redução dessa taxa.
Como consequência dessa alta de casos de covid-19, os leitos de UTI e enfermaria exclusivos para a doença no estado estão com uma ocupação média acima de 80%. Atualmente, de acordo com o Painel Ocupação de Leitos Hospitalares, da Sesa, a taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para a covid-19, no Espírito Santo, é de 80,54%. Atualmente, 538 pessoas estão internadas nessas unidades.
Entretanto, o médico intensivista destaca outros fatores como importantes para a redução da taxa de mortalidade. Segundo Goltara, com mais informações científicas sobre a covid-19, os médicos estão conseguindo salvar mais vidas.
“A letalidade tem diminuído, não só no Espírito Santo, mas no mundo todo, por uma série de fatores. Primeiro, o melhor conhecimento dos médicos e das equipes de saúde sobre como tratar a doença. Segundo, que alguns remédios já foram comprovados no tratamento para os casos de covid grave, como corticoides, por exemplo”, destacou.
Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/Record TV