
Um estudo coordenado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mostra que a taxa de transmissão do novo coronavírus na Grande Vitória está em queda. Além disso, a pesquisa aponta que a curva de transmissão da doença na região metropolitana se estabilizou no final de maio e começou a cair a partir do dia 11 de junho.
Para chegar a essa conclusão, foram reunidos dados como o número de casos ativos — que é quando a pessoa ainda está transmitindo o vírus —, a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para covid-19, o número de mortes provocadas pela doença, entre outras informações.
“E aí a gente confronta essas informações, que vários pesquisadores analisam, e quando elas chegam à mesma conclusão, então a gente pode dizer que realmente aquela situação já está se configurando”, explicou o pesquisador do Departamento de Matemática da Ufes, Etereldes Gonçalves Júnior.
O índice que mostra se o contágio da doença está aumentando, se ficou estabilizado ou se começou a cair é a chamada taxa de transmissão, e o valor referência é 1. Se estiver acima de 1, significa que cada grupo de dez contaminados está transmitindo para 11 pessoas ou mais. Se estiver abaixo, para nove pessoas ou menos.
Os dados consolidados mais recentes do estudo são de 3 de julho. A taxa de transmissão na Grande Vitória estava em 0,9, e no interior, em 1,3.
Outro dado que aponta para a queda no contágio é o número de recuperados, que hoje já é maior do que o número de casos ativos.
O diretor-presidente do IJSN, Pablo Lira, disse que as próximas três semanas serão decisivas para mostrar se a tendência de queda no contágio vai se consolidar mesmo na Grande Vitória. Segundo ele, isso vai depender principalmente do comportamento da população. “Cada cidadão tem o seu papel para contribuir para que essa curva epidemiológica de casos ativos reduza em todo o estado”, destacou.
Para o presidente do instituto, a expectativa, a partir de agora, é que, além da redução na Grande Vitória, as próximas semanas mostrem uma estabilização dos casos no interior. De acordo com Lira, se isso acontecer, é possível que, de agosto em diante, o Espírito Santo entre em um estágio decrescente da pandemia.
“O crescimento de casos ativos é rápido e é muito lenta essa redução. Então é muito relevante agora a população não comemorar esses resultados, redobrando a atenção. A gente conta, enquanto sociedade capixaba, com o trabalho e a atenção de cada cidadão capixaba, para a gente manter essa tendência de redução e superar essa pandemia, para a gente sair mais forte ao final dela”, ressaltou.
Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV