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'Tem boa relação com todos os quiosqueiros', diz prefeitura sobre foto de Max Filho com dono de quiosque

Segundo a prefeitura de Vila Velha, na época, a fiscalização dos quiosques era feira pelo Governo Federal, por meio da Secretaria do Patrimônio da União (SPU)

Foto: Reprodução Facebook

A prefeitura de Vila Velha comentou a repercussão de uma foto do prefeito do município, Max Filho, ao lado do empresário Bruno Vitalino, dono do Quiosque do Vitalino, que protagonizou um caso polêmico durante o Réveillon, após uma queima de fogos não autorizada que deixou pessoas feridas.

O prefeito Max Filho não falou sobre o assunto, mas a assessora especial do poder executivo afirmou que o prefeito tem boa relação com o proprietário, assim como com todos os outros donos de quiosques da orla de Vila Velha.

A foto em questão é de janeiro de 2017 e foi publicada nas redes sociais do dono do quiosque. A legenda diz que “Bruno Vitalino foi parabenizado pelo prefeito e elogiado pela bela queima de fogos que promoveu em seu evento de Réveillon, no Quiosque do Vitalino, na Praia de Itaparica”.

Segundo a prefeitura de Vila Velha, na época, a fiscalização dos quiosques era feira pelo Governo Federal, por meio da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), por se tratar de área de Marinha. As mudanças na fiscalização aconteceram a partir de agosto de 2018.

Queima de fogos não autorizada e interdição

Durante as comemorações do Réveillon 2020, no madrugada de 1º de janeiro, algumas pessoas foram feridas por fogos de artifício no entorno do quiosque. Segundo as vítimas e a prefeitura de Vila Velha, os fogos de artifício foram disparados pelo proprietário do quiosque.

Após o ocorrido, o quiosque foi interditado pela PMVV, pela realização de queima de fogos sem autorização. Segundo a prefeitura, o estabelecimento foi autorizado apenas a colocar uma tenda na areia. A prefeitura afirmou que, tanto a queima de fogos, quanto a apresentação musical não foram autorizadas. O quiosque foi multado em mais de R$ 6 mil e posteriormente, foi interditado.

Foto: Divulgação / Paulo Borges Filho

Segundo a prefeitura, o estabelecimento está sendo monitorado pela fiscalização e ainda não está autorizado a voltar a funcionar. Na última quinta-feira (02), Vitalino protocolou defesa na Secretaria de Coordenação e Posturas. O documento seguiu para o trâmite de análise.

Outra confusão

No dia 15 de janeiro de 2018, o quiosque foi palco de outra confusão. O evento “Orla Folia 2018” anunciou a apresentação de shows com atrações locais e com a banda de axé, Ara Ketu.

Na ocasião, o Ministério Público do Espírito Santo ajuizou uma ação civil pública contra a prefeitura de Vila Velha e o responsável pelo evento. Na ação, protocolada cinco dias antes do evento, o MPES solicitava o cancelamento do mesmo. A Polícia Militar também se manifestou contra o evento, em uma reunião envolvendo órgãos de fiscalização, responsáveis pelo evento e moradores locais.

Foto: Reprodução / Cléres Milton Barros

O argumento sustentado pelo MPES foi baseado na reclamação de moradores sobre a edição anterior do evento, realizada em 2017. No ofício, os moradores alegaram o descumprimento dos horários estabelecidos para início e término do evento, além do fechamento da avenida Estudante José Julio de Souza, que impossibilitou entrada e saída dos moradores de suas casas.

Apesar das manifestações, o evento aconteceu e terminou em confusão. Após o anúncio de que a banda Ara Ketu não iria se apresentar, os populares iniciaram uma confusão generalizada e chegaram a atirar pedras e garrafas contra viaturas da Polícia Militar, que trabalhavam na segurança do evento. Os policiais utilizaram bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, para conter a confusão.

A banda ‘Ara Ketu’ divulgou uma nota em sua rede social, na manhã desta segunda-feira (15), informando que não faltou ao evento “Orla Folia 2018”. Segundo a banda, não houve nenhum contrato e nenhum depósito para a participação deles no evento.

Sobre o episódio, Vitalino foi punido e condenado pelo Ministério Público do Espírito Santo a construir um parquinho infantil e uma academia popular em áreas menos favorecidas. Na ocasião, o comerciante afirmou que a confusão não começou com os populares que aguardavam o show, mas sim por moradores que jogaram garrafas dos prédios.

“Todas as ações fiscais de responsabilidade desta Coordenação, em relação ao ocorrido durante a última virada de ano e na manhã de seus preparativos, foram devidamente realizadas, ou seja, dois autos de infração, acompanhado de interdição e, posterior monitoramento do quiosque “do Vitalino” durante todos os dias e noites do início de janeiro de 2020, que, ainda não está autorizado ao retorno de funcionamento”, diz a nota da prefeitura.

Concessão

O proprietário do quiosque, Adriano Teixeira da Silva, conhecido como Bruno Vitalino, está na lista dos 13 proprietários de quiosque que ganharam concessão da prefeitura de Vila Velha para operar o estabelecimento pelos próximos 20 anos.

A reportagem do Folha Vitória questionou a prefeitura, para saber se a concessão está mantida, ou se o proprietário pode perder a concessão. A prefeitura não respondeu o questionamento e afirmou que a situação está sendo averiguada com a Procuradoria do estado.