Em 1986 um grande desastre aconteceu após uma ONG local organizar um evento para soltar milhões de balões voadores. Era apenas uma iniciativa da ONG para aumentar a popularidade da então crescente cidade de Cleveland, mas deu tudo errado.
O evento pretendia levantar fundos com um plano simples, envolvendo balões, material de baixo custo.
Entre os organizadores do evento estava Treb Heining, profissional dedicado aos balões. A instituição, United Way, planejava quebrar o recorde do Guiness da maior quantidade de balões soltos ao mesmo tempo.
Até então, a Disney tinha o recorde com 1,2 milhões de balões soltos no ano anterior (1985). Então, a partir de março de 1986, a cidade e a United Way começaram a coletar licenças e organizar a logística. Em setembro, 27, o dia de quebrar o recorde chegou.
Uma rede cheia de balões foi suspendida em cima da praça Public Square, onde mais de 2000 voluntários se reuniram e passaram horas enchendo os balões, esperando atingir a marca de 2 milhões e quebrar o recorde.
De tanto encher e amarrar, voluntários começaram a acumular bolhas nos dedos, precisando de curativos e faixas.
O tempo estava nublado, então a United Way antecipou a liberação dos balões antes que uma possível chuva estragasse tudo.
Apenas 1,5 milhões haviam sido enchidos até as 10:50, mas já era o suficiente para quebrar o recorde
Todos se reuniram atrás das redes e num primeiro momento, os balões voando deslumbraram a multidão, mas a felicidade durou pouco. A expectativa era a de que eles subissem, se dispersassem e depois se biodegradarem.
Parecia perfeito enquanto eles se giravam em volta da Terminal Tower, e então, a tempestade veio.
Uma ventania empurrou os balões para o chão, entupindo as ruas, atrapalhando pedestres e motoristas e indo em direção ao Burke Lakefront aeroporto, aterrando todos os voos. Mas o pior ainda estava por vir.
A Guarda Costeira passou a manhã procurando por dois pescadores cujo barco havia parado na praia sem eles, eis que inúmeros balões com a ventania, foram carregados para a água.
Os balões pareciam boias. Com isso, tornou-se quase impossível a busca pelos dois homens de 40 anos que estavam desaparecidos, Skip Sullivan e Raymond Broderick.
Imagine tentar encontrar uma cabeça ou um colete salva-vidas laranja em meio a um mar de bolas flutuantes. “É como procurar uma agulha no palheiro”, um dos oficiais disse. Buscaram por dois dias, sem sucesso.
Após as 48 horas eles encontraram os dois homens na praia, trazidos pelo mar, mortos. Suas esposas processaram a United Way, argumentando que seus maridos podiam ter sido salvos se não fosse o evento.
Conforme as semanas se passaram, balões estourados apareciam na costa e até no Canadá. O evento foi um desastre, mas pelo menos eles tinham o recorde, certo? Errado.
O Guiness se recusou a reconhecer um evento que aliou morte, destruição e má organização. Assim sendo, o recorde ficou com a cidade de Anaheim, que abriga todo o complexo da Disney.
A United Way falhou apesar de trazer publicidade para a cidade. Agora, 34 anos depois, a instituição não tem planos de fazer outro lançamento de balões.
*Com informações do Portal R7.com