Os jogos de azar, como o popular “Tigrinho”, têm se tornado um fenômeno cada vez mais presente na sociedade digitalizada. No entanto, por trás das promessas de ganho de dinheiro, há um lado sombrio que muitas vezes passa despercebido: os prejuízos financeiros e emocionais.
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Os jogos não são apenas uma forma de entretenimento inofensiva. Eles podem se transformar em uma perigosa armadilha para aqueles que se deixam levar pela emoção do momento.
“Uma vez, quando estava começando a jogar, cheguei a perguntar: ‘Dá dinheiro ou arranca dinheiro?’ Mas, com o tempo, eu fui gostando, porque me divertia. Às vezes estava sem paciência e pegava ele para jogar. Depois de muito tempo percebi que estava só perdendo e que aquilo não estava fazendo bem“, disse uma jogadora ouvida pela reportagem, que não quer ser identificada.
O delegado Márcio Braga explica que todo jogo que depende totalmente da sorte, que não depende da habilidade ou conhecimento de alguém, é considerado um jogo de azar.
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Caça-níqueis, cassinos e jogo do bicho, por exemplo, são ilegais no Brasil. No entanto, há alguns pontos que definem se um jogo de azar é legal ou ilegal.
“A lei considera irregular todos os jogos que não são regulamentados. As empresas que criam os jogos não pagam impostos, tributos e não garantem os diretos dos consumidores, por exemplo“, disse.
E quando se trata de jogos de azar irregulares, é preciso ter atenção a outro ponto: como são divulgados. Não é difícil encontrar na internet diversos influenciadores digitais comentando ou mesmo compartilhando links para os jogos.
“Não há um impedimento para haver publicidade. O que temos que observar é se essa publicidade é enganosa ou abusiva. Abusiva é entendida como toda publicidade que se utiliza da inexperiência ou da ignorância do consumidor“, pontuou Vitor Hugo do Amaral, membro do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça.
Em alguns Estados, como na Paraíba, já há regulamentações sobre o tema. Lá, os influenciadores digitais são proibidos de divulgar jogos de azar comercializados por plataformas estrangeiras.
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Para o delegado, diante da dificuldade de se identificar a origem da plataforma na internet, o melhor caminho seria regulamentar o funcionamento desses jogos e fiscalizá-los.
“Estão regulamentando esses jogos, como aconteceu com a “bet” no início do ano. Quando o governo federal regulamenta, ele passa a receber tributos, impostos e a fiscalizar essas plataformas, isso torna o processo mais garantido. Quando você joga um jogo ilegal, não há garantia nenhuma”, pontuou o delegado.
*Com informações da TV Vitória/Record.