O Brasil vive uma epidemia de dengue e já contabiliza 1.937 mortes causadas pela doença nos quatro primeiros meses de 2024. Para combater o mosquito Aedes aegypti, além de repelentes e cortinados, o mercado também disponibiliza agora uma tinta inseticida.
O produto, batizado de Carbapaint10, promete proteger as casas e estabelecimentos do mosquito transmissor da doença. Ela mata o vetor da dengue, que também transmite zika e chikungunya. Produzida na Espanha, a tinta tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser vendida no Brasil.
A sede da empresa está localizada em Valência, na Espanha, e o produto é vendido no país pela Inesfly Brasil.
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Em entrevista ao Folha Vitória, o CEO da Inesfly Brasil, Luiz Rolim, destacou que a tecnologia da tinta foi desenvolvida pela cientista mundialmente reconhecida Pilar Mateo. A tinta conta com uma tecnologia de ingredientes ativos, liberados de forma controlada, tem duração de até dois anos e é atóxica para humanos e animais.
“Ela reúne ingredientes ativos de natureza diversa, como produtos naturais, biocida, em uma microcápsula polimérica”, explicou.
Ele destaca que o produto foi testado e validado, possuindo autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser vendida no Brasil.
“Antes de começar a vender, a Anvisa pediu para que fossem feitos testes para saber se fazia mal a crianças, cães, gatos e se irritava a pele. A Anvisa permite 5%de toxidade do produto e ele é de apenas 1%“, ressalta.
Por nota, a Anvisa informou que somente as tintas avaliadas pela área técnica que comprovaram eficácia contra o alvo (ou alvos) informados no rótulo, bem como a segurança, obtiveram autorização para comercialização.
“Portanto, a tinta que apregoa repelir ou matar o inseto transmissor de arboviroses (Aedes aegypti) e que obteve autorização de comercialização da Anvisa, passou por avaliação técnica para comprovação efetiva dessas ações”, segundo a nota.
O CEO também exemplifica que, com a tinta, é possível pintar desde paredes, tetos, até mesmo muros, ralos e bueiros.
“A tecnologia é usada em diferentes áreas, como saúde pública, saúde animal, agricultura e indústria agroalimentar”.
Nos últimos anos, segundo a Anvisa, a Agência passou a receber solicitações de empresas do segmento de tintas interessadas na comercialização de produtos com apelo desinfectante (ação antimicrobiana), repelente e inseticida (ação desinfestante).
Por isso, foi publicada, recentemente, norma específica regulamentando essa nova categoria de produto saneante.
Além disso, também foi publicada nota técnica com orientações para as empresas de desejam fabricar ou importar esses produtos, e sobre a necessidade de adequação pelas empresas com produtos autorizados. Veja o vídeo abaixo:
Tecnologia mata o mosquito ao pousar na superfície
Ainda segundo Luiz Rolim, a tinta não possui o veneno de modo “volátil”, ela mata o inseto no contato, ao pousar sobre a superfície coberta com o produto.
O produto é patenteado pela cientista espanhola Pilar Mateo, que criou a formulação com o Propoxur.
Uma lata de tinta de 4 litros pinta até 40 metros quadrados. A tinta é vendida por R$ 42,50 por metro quadrado, sendo eles: R$ 12,50 a lata e R$ 30 o serviço de pintura.
“Além disso, o produto e o serviço são vendidos juntos devido às exigências técnicas para a execução da mistura e da aplicação que garantem a eficácia”, explica o CEO.
Segundo Rolim, atualmente, a empresa está presente em mais de 70 municípios, composta por atestado de capacidade técnica e certificações.
“Eu acredito que a tinta é uma inovação que veio para ficar, onde a população também vai conseguir ter acesso à proteção, não apenas o governo, como são os modos muitas vezes utilizados de proteção como o fumacê. Queremos uma arma eficaz para o ambiente interno que atenda amplas classes sociais”, destaca.
O Folha Vit´ória procurou o Ministério da Saúde para falar sobre a tinta inseticida e da possibilidade de incluí-la no Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Epidemia de dengue no Brasil
Segundo informações, repassadas pela Agência Brasil, o país está prestes a bater o recorde de dengue, com quase quatro milhões de casos. São 3,921 milhões de registros da doença apenas nos primeiros quatro meses de 2024.
São 2,2 milhões de casos a mais do que todo o ano passado. Um aumento de 137%. Já as mortes passaram de 1.179, em 2023, para 1.888 neste ano. Um crescimento de 60%
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