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Tragédia de Mariana: capixabas afetados pela lama protestam em Brasília

As manifestações aconteceram nas portarias das embaixadas da Austrália e da Inglaterra no Brasil

Foto: Reprodução/Marcelo Aguilar

Moradores de Conceição da Barra e São Mateus, cidades atingidas pela lama oriunda do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015, estiveram em Brasília na tarde desta segunda-feira (6), para cobrar punição às empresas envolvidas na tragédia. 

As manifestações aconteceram nas portarias das embaixadas da Austrália e da Inglaterra no Brasil, e foi organizada pelo Movimento Atingidos Por Barragens (MAB). 

As embaixadas foram escolhidas por conta de a BHP Billington ter sedes em ambos os países. A intenção dos protestos, de acordo com a coordenação nacional da MAB, é entregar um documento às embaixadas pedindo diálogo e apoio na busca por responsabilização das empresas. 

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“Estamos aqui, os atingidos pelo maior crime ambiental da mineração da história do mundo, na bacia do Rio Doce, em frente às embaixadas da Inglaterra e da Austrália, para denunciar o que a empresa desses países, que é a BHP Billington, fez em nosso país. A BHP, mal tem uma sede no Brasil, uma estrutura, e está aqui ainda ganhando lucros em cima desse crime”, diz Heider Boza, da coordenação nacional da MAB. 

Reivindicações de capixabas 

Em outubro do ano passado, cinco cidades do litoral capixaba foram incluídas na listagem de regiões impactadas pelo rompimento da barragem da Samarco, que completou oito anos no último domingo (05). 

De acordo com Arthur Carvalho Maia, que trabalha com turismo na região de Itaúnas, em Conceição da Barra, o fluxo de visitantes diminuiu drasticamente após a tragédia. 

“O turismo foi afetado, porque recebemos pessoas frequentemente. Com a lama, os turistas pararam de ir, pois tinham medo de tomar banho no nosso mar, de comer nosso peixe, e dentro de Itaúnas, o turismo é muito forte. Passamos dificuldades, porque somos nativos e não podíamos nem comer o peixe que estava lá”, contou. 

Silvia Lafaiete, catadora de caranguejo, informou que os manifestantes foram a Brasília reivindicar o reconhecimento de São Mateus e Conceição da Barra como regiões afetadas pela tragédia. 

“Não temos mais catadores de caranguejo nos nossos mangues, não podemos mais comer as ostras por causa da lama”, relatou. 

O que dizem as empresas 

A reportagem do Folha Vitória entrou em contato com as empresas Samarco, Vale e BHP

Em nota, a Samarco informou que reforça o compromisso com a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão:

“O rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015, marcou nossa história e nunca será esquecido. A Samarco, com o apoio de suas acionistas Vale e BHP Brasil, reforça o compromisso com a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, viabilizando medidas de reparação em favor da sociedade e do meio ambiente, garantindo total suporte para que a Fundação Renova execute as ações conforme previsto em Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC)”, informa a nota.

A Vale anunciou que não irá se pronunciar sobre as manifestações.

A BHP não se manifestou. O espaço continua aberto e a matéria será atualizada assim que houver retorno. 

Foto: Reprodução/Marcelo Aguilar

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