O município de Colatina amanheceu no dia 19 de novembro de 2015 com o seu maior símbolo completamente alaranjado. Era a temida chegada da lama proveniente do rompimento de uma represa da Samarco em Mariana, Minas Gerais. 14 dias após a maior tragédia ambiental do país, o ‘tsunami de rejeitos’ trouxe morte aos peixes do rio e inúmeros impactos para a população da região.
Segundo a Prefeitura de Colatina, exclusos as localidades não abastecidas pela água do rio, todos foram atingidos pela chegada da lama. Dessa forma, o abastecimento teve que ser interrompido para mais de 120 mil habitantes.
Hoje, quatro anos depois, a Prefeitura afirma que o rio Doce possui características semelhantes às de antes ao rompimento da barragem de Fundão, porém não tem autonomia para dizer se ele está totalmente recuperado. Para se ter noção dos impactos da chegada da lama, ainda hoje, nos períodos chuvosos, o índice de turbidez da água ainda é marcante.
Através da Sanear (Serviço Colatinense de Saneamento Ambiental), o município de Colatina trabalha para garantir a qualidade da água para o consumo da população. Ainda assim, ressalta a falta da presença da Fundação Renova, entidade responsável pela mobilização e execução da reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem, no município.
Resposta
De acordo com a Fundação Renova, foram destinados aos moradores de Colatina R$ 25,7 milhões em indenizações gerais, R$ 76,2 milhões em indenizações pelo dano causado à água e R$ 58,1 milhões de auxílio financeiro emergencial.
Dentre as ações ambientais, a fundação ressalta o monitoramento da água do rio Doce, realizado em 92 pontos ao longo da bacia.
Os mais de 6 milhões de dados coletados – e compartilhados com órgãos públicos – mostram que a água do rio voltou ao nível de antes do rompimento de Fundão e pode ser consumida após o tratamento pelas concessionárias de saneamento, conforme atesta a Agência Nacional de Águas (ANA).
A Renova também informou que os municípios de Baixo Guandu, Colatina, Linhares e Marilândia receberão cerca de R$ 110 milhões para investir na área de saneamento de esgoto e destinada adequação de resíduos sólidos.
Qualidade da água
A Fundação Renova ainda informa que o rio Doce está enquadrado na classe 2 pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), isto é, significa que a água pode ser consumida após tratamento convencional e ser destinada à irrigação. Essa análise da água é realizada antes de passar pelas Estações de Tratamento de Água (ETAs) e após o tratamento, na etapa que antecede a distribuição, processo que é de responsabilidade das concessionárias locais. E todos os resultados são compartilhados com as secretarias de Saúde municipais e do estado.