Uma família de sete irmãos, naturais de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, viveram dias de angústia após a perda de três deles por conta da pandemia da covid-19. Segundo o site Terra, três dos irmãos começaram a sentir os sintomas do Novo Coronavírus após uma festa familiar.
Eles foram internados, porém, não resistiram e morreram em sequência, um por dia, em diferentes hospitais da região metropolitana de São Paulo.
Vítimas
– Clóvis Luiz Vieira, tinha 62 anos, e era dono de uma oficina mecânica.
– Paulo Roberto Vieira, de 61 anos, outro irmão, possivelmente vítima da Covid-19, era servidor público.
– Maria da Salete Osera, de 60 anos, era supervisora administrativa.
Contaminação
Os três irmãos e outros familiares e amigos se reuniram em uma festa com 28 pessoas no dia 13 de março. Segundo informações de Rafaela, filha de Salete, uma das vítimas, um dia após a festa, a mãe teve sintomas do que parecia ser gripe muito forte. Nos dias seguinte, sintomas semelhantes foram relatados por outros 13 convidados que também estavam no local. Todos tiveram febre e perda do olfato e do paladar, mas com níveis distintos de gravidade.
Segundo Rafaela, nenhum dos convidados havia saído do País e do Estado de São Paulo neste ano, o que aumenta as suspeitas de contágio comunitário.
Na data do evento, o País tinha apenas 98 casos confirmados da doença, sendo 56 em território paulista. Rafaela ainda contou que acredita que a contaminação possa ter sido na festa, mas que não existe certeza, muito menos de quem possa ser o vetor.
No caso de Salete, a suspeita do Novo Coronavírus surgiu apenas na terceira ida ao médico. Ela recebeu tratamento para gripe e infecção urinária da primeira vez. Na segunda experiência, fez diversos exames e, sem ter um novo diagnóstico, foi medicada e tomou soro. Por fim, na última vez, foi submetida a uma tomografia em que se constatou que tinha 60% do pulmão afetado, embora não sentisse falta de ar: “definiram que ela seria sedada, entubada e mandada para a UTI. De um dia para o outro, a gente se viu com uma pessoa na UTI,” disse Rafaela.
Enquanto os familiares com sintomas menos graves melhoravam, os quadros clínicos dos três irmãos se agravavam. Salete morreu na quarta-feira, 1º, sendo enterrada no dia posterior, no qual Clóvis faleceu. Ele foi cremado na sexta-feira, 2, dia que Paulo faleceu, o qual foi enterrado na data seguinte. Todos tiveram caixão lacrado e não puderam ser velados, mesmo sem o resultados dos testes para o Novo Coronavírus.
Rafaela contou que no cemitério (no enterro de Salete, sua mãe), estava todo mundo paramentado, com EPI, óculos, máscara, luva, o que dificultava identificar as pessoas que estavam no local. Rafaela também contou que não houve nenhum tipo de despedida, pois o caixão com o corpo foi diretamente enterrado.
“A gente está se segurando nos que restaram. A gente tem quatro (tios) que precisam do nosso apoio, e é nisso que a família inteira está pensando. Todos que faleceram tinham filhos, tinham cônjuges, e a gente tem que continuar vivendo”, disse Rafaela