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TRT-ES mantém reintegração de professores dispensados pela Estácio

Por seis votos a três, o Pleno acompanhou a decisão do relator, desembargador Cláudio Armando Couce de Menezes

Foto: Divulgação
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O Pleno do Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo, na sessão desta quarta-feira (4), decidiu manter a liminar da 7ª Vara do Trabalho de Vitória que determinou a reintegração de 17 professores dispensados pela Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá, na capital capixaba.

Por seis votos a três, o Pleno acompanhou a decisão do relator, desembargador Cláudio Armando Couce de Menezes. O magistrado negou o agravo regimental interposto pela faculdade para tentar derrubar a decisão provisória da juíza Anna Beatriz Castilhos Costa, proferida em dezembro de 2017.

Em seu voto, o desembargador reforça a necessidade de interpretar o art. 477-A da CLT junto com as normas hierarquicamente superiores à Lei ordinária, como a Constituição Federal e as convenções internacionais das quais o Brasil é signatário. A Convenção nº 154 da Organização Internacional do Trabalho, por exemplo, determina a negociação coletiva e a participação do sindicato em questões de interesse comum. Os princípios trabalhistas, a boa-fé e o art. 9º da CLT também são citados em seu voto, em consonância com os pronunciamentos do Ministério Público do Trabalho.

Segundo Cláudio Couce, “as inúmeras liminares concedidas em todo o País (embora algumas tenham sido cassadas por decisão monocrática da Corregedoria do Tribunal Superior do Trabalho) foram fundamentais para manter a Estácio na mesa de negociação, reduzindo o impacto social negativo da dispensa em massa”.

“É de suma importância, a manutenção da decisão de Primeiro Grau que concedeu a liminar, pois, a exemplo do que ocorreu no Rio de Janeiro, a Estácio, por força das decisões liminares, implementou ampla negociação e reintegrou, dos 330 professores dispensados, 50, além de efetuar o pagamento de todas as verbas rescisórias e estender plano de saúde, bolsa de estudo e indenização de R$ 3.000,00 para os dispensados”, diz o magistrado.

A faculdade Estácio de Sá alega que a dispensa ocorreu devido a uma reestruturação da rede com o seu reposicionamento no mercado e adequação às atuais relações de oferta e demanda, implicando a diminuição dos postos de trabalho.

Para o magistrado, houve contradição entre os argumentos da empresa e a conduta dela. “Nota-se que as dispensas dos professores substituídos ocorreram no início do mês de dezembro e, dias depois, a empresa abriu edital para contratação de novos professores, procedimento que atenta contra a boa-fé.”

A Ação Civil Pública nº 001839-50.2017.5.71.0007 foi ajuizada pelo Sinpro/ES, pedindo a suspensão das demissões realizadas pela empresa, sem prévia negociação com o sindicato, bem como a reintegração dos professores demitidos.