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TV Vitória 30 anos por Gabriel Serafim: Ao vivo no maior evento esportivo do planeta!

Gabriel Serafim e Rodrigo Ronchi em transmissão do estúdio em Londres Foto: Reprodução

O apresentador do Jornal da TV Vitória, Gabriel Serafim, conta, em mais um texto da coletânea de artigos sobre os 30 anos da TV Vitória, sobre os bastidores da cobertura ao vivo dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.

O jornalista é mais um dos convidados da emissora para resgatar as lembranças e traduzir em palavras os fragmentos que vão ajudar a remontar a linha do tempo da fundação da TV Vitória aos dias atuais. Conquistar o título de melhor TV regional do Brasil, e por três vezes, é uma vitória sempre coletiva. A TV que é a “cara da gente” é na verdade um mosaico de muitas e muitas “caras”, às vezes na frente da telinha, outras tantas nos bastidores. Assim se constrói uma empresa vencedora, compromissada com a nossa terra.

Confira o texto e a emoção de Gabriel Serafim na primeira transmissão ao vivo da TV Vitória Internacional.

Ao vivo no maior evento esportivo do planeta!
Gabriel Serafim

No início de 2010 sofri uma perda muita grande. Minha irmã, então com 29 anos, foi diagnosticada com câncer. Apenas alguns meses depois, no dia 15 de julho, ela nos deixou. Além de todo o conforto e carinho que recebi de familiares e amigos, recebi também da emissora, um respeito muito grande pela difícil situação que estava atravessando. Em setembro, ainda de 2010, conversando com o gerente de jornalismo, Alexandre Carvalho, pedi para me afastar por um período. Precisava renovar a alma e respirar ares diferentes. Toda a perda estava ainda muito recente. A empresa me concedeu uma licença sem vencimentos, e fui morar em Londres por seis meses. Experiência única e marcante. A cidade já se preparava para as Olimpíadas que aconteceria dois anos para frente. Pouco antes de retornar ao Brasil, pude ainda acompanhar e registrar numa reportagem exclusiva, os preparativos para o casamento real, entre Kate Middleton e príncipe Willian.

Ao voltar para a TV Vitória em junho de 2011, iniciamos uma conversa sobre os jogos olímpicos. Rodrigo Ronchi, nosso editor de esporte, estava entusiasmado e coordenava com a gerencia de jornalismo e a direção da emissora, como poderíamos realizar essa cobertura.

No inicio de 2012, fiz contatos com Fernanda Motta, ex-repórter da Tv Vitória, que residia em Londres. Ela nos ajudou a encontrar um local que pudesse servir de estadia e estúdio durante o período que ficaríamos envolvidos naquela cobertura. Muitas reuniões foram realizadas na emissora, para definir o que iríamos mostrar das olimpíadas e como realizar esse trabalho.

Tudo resolvido, chegou o momento de embarcar. Viajei primeiro, Rodrigo Ronchi chegaria uma semana depois. Ao desembarcar em Londres, fui recebido por amigos, que fiz durante o período que residi na cidade inglesa. Era uma segunda-feira, já passava das três da tarde. A idéia era fazer uma entrada ao vivo ainda naquele dia, dentro do jornal da TV Vitória. Do aeroporto, segui para o apartamento onde iria ficar pelos próximos 30 dias.

Que vista! Um cenário perfeito. Nossa varanda ficava a 200 metros do estádio olímpico. Cenário perfeito para a histórica cobertura das Olimpíadas de Londres pela TV Vitória. Me dirigi ao centro da cidade e gravei a primeira reportagem. Volto ao apartamento para editar o material. Preciso ser rápido. Já passava das 21 horas em Londres e minha entrada ao vivo, com a reportagem já editada e enviada ao Brasil, precisava acontecer as 23h15.

Deu certo! Pela primeira vez a TV Vitória fazia uma entrada ao vivo de outro país e ainda por cima no maior evento esportivo do planeta, e com uma vista incrível com o estádio olímpico ao fundo. Assim que me despeço ao vivo, e desligo a câmera, o alívio. Deu tudo certo. Penso na minha irmã na hora. Da tristeza por ela não poder acompanhar aquela realização de um sonho. Mas lembro também da forma como as coisas aconteceram. Recordo naquele momento que foi exatamente por ela, pela saudade que sentia dela, que resolvi ir morar fora. Tive a certeza ali, que não precisava ficar triste. Que ela me acompanhava sim. Que faria ali, pelos próximos 30 dias, o melhor trabalho que poderia realizar, e em homenagem a ela.

A cobertura das Olimpíadas foi um sucesso. Eu e Ronchi conversamos com todos os capixabas que estavam competindo. Fizemos transmissões ao vivo em outros pontos de Londres, e até uma inédita entrada ao vivo num carro em movimento, de uns capixabas que seguiam para assistir uma partida da seleção brasileira de futebol.

Voltamos de Londres, ainda mais amigos, e certos que com o apoio da Tv Vitória, levamos para todo o público do Espírito Santo, as conquistas dos nossos atletas em solo inglês.