Alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) foram ouvidos, na tarde desta terça-feira (09), pela Comissão de Inquérito da universidade, que conduz o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) ao qual responde o professor do Departamento de Economia, Manoel Malaguti. Ele foi denunciado por alunos da Ufes por ter dito, em sala de aula, que “detestaria ser atendido por um médico negro ou advogado negro” e que o nível intelectual da Ufes reduziu-se com a presença de negros cotistas.
A instituição informou que foram ouvidos estudantes que estavam presentes em sala de aula no momento em que o professor teria dado tais declarações. A oitiva foi realizada na sala de reuniões, no segundo andar do prédio da Reitoria. Como o processo corre em sigilo, não foram passados mais detalhes sobre os depoimentos.
Segundo o estudante João Victor Santos, integrante do Coletivo Negrada, participaram da oitiva sete alunos. João Victor disse ainda que Malaguti também esteve presente no local, acompanhado de seu advogado, pois teria pedido para ouvir de perto o depoimento dos estudantes.
Manoel Malaguti voltou a dar aulas na Ufes em março, após ser afastado por quatro meses por conta das declarações, que teriam ocorrido em novembro do ano passado. Na ocasião, estudantes realizaram um protesto em plena sala de aula. Em entrevista ao Folha Vitória, o professor afirmou que não estava arrependido pelas declarações.