Durante as chuvas de dezembro do ano passado, a Prefeitura de Vila Velha decidiu abrir duas valas para ajudar a escoar a água das enchentes, que se acumulavam no Rio Jucu, para o mar. Agora, quase um ano depois, especialistas alegam que as valas têm provocado problemas para o meio ambiente.
Em dezembro do ano passado, o município canela-verde, assim como todo o Estado, foi bastante castigado pelas fortes chuvas. Bairros ficaram semanas debaixo d’água e muitos moradores precisaram deixar suas casas. Para tentar amenizar o sofrimento das familias, o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda, decidiu abrir dois canais para escoar a água.
Uma das valas foi aberta na Praia das Conchas. Os representantes do Instituto Jacarenema estiveram no local e, no dia seguinte à presença dos representantes, a vala foi fechada. Atualmente no local há um trecho de areia, sem vegetação.
“Além da vala que foi fechada, ficou uma área de aproximadamente 300 metros de vegetação de beira de rio, e que há necessidade de recuperação ainda hoje. Então, na verdade, o meio ambiente sofreu impacto e nada foi feito para compensar esse impacto”, ressaltou o gerente de projetos do instituto, Petrus Lopes.
Da Rodovia do Sol saía uma outra vala, que a prefeitura deixou aberta. Segundo os especialistas do Instituto Jacarenema, a vala já está causando sérios prejuízos para a fauna e flora da região. “O impacto que a gente percebe ali é a logística animal, do animal se locomover na região. A paisagem também fica modificada”, destacou Petrus.
Em março deste ano, o Ministério Público Estadual (MPES) notificou a prefeitura para que a vala fosse fechada. No entanto, a ordem não foi cumprida e o Instituto Jacarenema, que cuida da região, procurou novamente a administração municipal.
“O município alega não ter recursos, condições de promover essa correção agora. Eu acredito que no próximo ano esse recurso será planejado. A gente vai continuar cobrando isso”, garantiu o gerente do instituto.
A Prefeitura de Vila Velha informou que vai fechar o canal depois da conclusão das obras da estação de bombeamento do Canal Guaranhuns, previstas para o fim de janeiro. A reportagem ainda entrou em contato com o Ministério Público, para saber se as medidas necessárias foram tomadas pela prefeitura, mas não obteve resposta.
