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No fim da noite da última quinta-feira (9), a Termelétrica Viana (Tevisa), localizada no bairro Areinha, Viana, paralisou seu funcionamento, com o objetivo de conter a emissão de poeira. A medida foi decorrente de uma intimação emitida pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
A termelétrica já havia sido interditada em maio pelo Iema. Para voltar a operar, foi assinado um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) que determinava o funcionamento de apenas cinco chaminés por vez, enquanto as outras fossem sendo limpas. Porém, as emissões de particulado continuaram e, conforme previsto no documento, caso não houvesse eficácia na medida proposta, a termelétrica deveria paralisar seu funcionamento.
“A solução definitiva para o problema não pode ser estabelecida em curto prazo, pois demanda de tecnologia e novas estruturas, sendo assim, o melhor foi optar pela paralisação neste momento, evitando a emissão de poeira”, disse o diretor técnico do Iema, Albertone Pereira.
Em nota, a empresa informou que manterá desligados os motores da termoelétrica até apresentar uma nova proposta para eliminação do material particulado seja apresentada e avaliada pelo IEMA. A termoelétrica afirmou que, após a assinatura do TCA, em junho passado, reduziu o número de motores sem passar por procedimento de limpeza.
“A Tevisa cumpriu rigorosamente o que estava previsto no termo, entretanto os intervalos inicialmente previstos entre os procedimentos de limpeza não foram totalmente satisfatórios, sendo necessária a alteração desses prazos”, ressaltou.
A paralisação continuará até que a Tevisa apresente ao Iema uma proposta que atenda às solicitações de utilizar a melhor tecnologia disponível e tecnicamente aplicável para conter a emissão do poluente ou substituir o uso do carvão por gás natural.
Reivindicações populares
A paralisação do funcionamento da empresa é fruto de denúncias dos moradores de Areinha. O Iema vem acompanhando os relatos da comunidade desde abril por meio de uma comissão, criada com a participação dos moradores, para acompanhar as ações do órgão e da empresa.
Com relação às outras denúncias feitas pela população, o Iema também exigiu que a Tevisa realizasse melhorias. Para a questão do ruído, está em estudo a implantação de barreiras acústicas, e também está sendo estudada a questão da vibração para propor medidas de controle.
Sobre o tema, a Tevisa afirmou que “está contratando a implantação de barreiras sonoras para redução do nível de ruído (que já está dentro dos limites permitidos) no entorno da usina” e que estudos realizados por especialistas informaram que os ruídos não causam danos às estruturas vizinhas à usina.