A Prefeitura de Viana continua com o cadastramento para os moradores da cidade participarem do ensaio clínico ‘Viana Vacinada’, que busca identificar a eficácia da aplicação de duas meia doses da vacina AstraZeneca contra a covid-19.
Até a manhã desta sexta-feira (11), 15 mil voluntários já tinham feito o cadastro. A expectativa é imunizar cerca de 30 mil pessoas entre 18 e 49 anos.
A vacinação poder ser agendada pelo site vianavacinada.saude.es.gov.br.
Em entrevista à Pan News Vitória, o prefeito de Viana, Wanderson Bueno (Podemos), afirmou que se a adesão não for alta até o domingo (13), dia em que todas as pessoas serão vacinadas, a imunização acontecerá também durante a semana.
“Nós vamos definir uma estratégia de vacinação para a próxima semana. Sabemos que muitas pessoas não vão poder se vacinar neste domingo, seja por causa da escala de serviço, porque tiveram covid-19 recentemente ou porque tomaram a vacina contra a gripe e precisam esperar 15 dias para receber outro imunizante”, disse.
Ouça a entrevista completa:
Estudo inédito
Será aplicada na população de Viana uma dose ajustada, ou seja, metade da dose que geralmente é aplicada em um indivíduo — a chamada dose padrão no dia 13. Depois de 28 dias, a população irá receber a outra meia dose da Astrazeneca.
A ação faz parte de um estudo, coordenado por pesquisadores do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cujo objetivo é avaliar se a aplicação da dose ajustada possui eficácia igual ou superior à da dose padrão.
“A população será acompanhada por um ano para observar a efetividade da vacina produzida pela Fiocruz. Queremos observar, por exemplo, a redução de casos e de mortes por covid-19 após a imunização. Baseado em estudos preliminares, esperamos que a vacina em dose ajustada, ou seja, metade da dose padrão, seja suficiente para produzir anticorpos e células de defesa e reduzir 60% da incidência de covid-19, ao longo de seis meses após a vacinação”, explicou a coordenadora do projeto científico, a médica Valéria Valim.
Ainda segundo a coordenadora, será observada a efetividade vacinal por redução do número de casos, número de mortes, número de internações hospitalares e do número de internações em unidades de terapia intensiva (UTIs). Também será estudada a resposta imune com duas meias doses contra variantes do vírus, bem como a segurança por monitoramento dos eventos adversos pós-vacinação.
Valim destaca ainda que a pesquisa visa comprovar estudos feitos pela própria Astrazeneca. Segundo ela, nas fases 1 e 2 desse estudo, a média de anticorpos produzidos pela meia dose foi semelhante à da dose padrão, em indivíduos de diferentes faixas etárias.