O sistema de transporte com balsas, que estava previsto para começar a funcionar no primeiro semestre deste ano, continua sem prazo para iniciar as operações no Espírito Santo. Um possível impasse entre as prefeituras dos municípios que vão receber os pontos de embarque e a empresa responsável por operar o sistema aquaviário, acabou atrasando o andamento do projeto e nem mesmo os locais para atracação das embarcações estão totalmente prontos.
Em abril, o presidente da Companhia de Desenvolvimento, Inovação e Turismo de Vitória (CDV), Leonardo Krohling, e o assessor de governo da Prefeitura de Vila Velha, Luciano Machado, afirmaram, em entrevista ao jornal online Folha Vitória, que o início das atividades só dependia da entrega da documentação por parte das empresas, e que a previsão era de que de o serviço já começasse a operar ainda no segundo semestre de 2018. No entanto, não houve avanço. Segundo um dos sócios da empresa, toda a documentação já foi protocolada junto às prefeituras e o que ocorre é que os trâmites ainda não foram cumpridos.
De acordo com um decreto publicado no Diário Oficial dos municípios que vão receber a embarcação, as áreas públicas georreferenciadas para embarque e desembarque são: Prainha e Museu da Vale, em Vila Velha; Orla de Porto de Santana, em Cariacica, sendo um no antigo Cais e outro na altura de Alto Boa Vista; Praça do Papa e Enseada do Suá, na capital.
Apesar disso, o otimismo continua, não só da parte dos empresários e dos órgãos públicos, mas também dos moradores que querem utilizar o sistema como opção turística e, quem sabe futuramente, até como uma opção aquaviária.
“Em breve apresentaremos as rotas turísticas regulares com os parceiros. Esse é um modal turístico, sustentável, de baixo impacto ambiental, de largo alcance social e que, em determinado momento, pode ser uma boa opção aquaviária. No momento, estamos destacando todos os pontos turísticos da Grande Vitória no passeio”, declarou um dos sócios, Aníbal de Abreu.
O serviço será todo por meio de aplicativo e, inicialmente, as balsas terão capacidade para até 100 passageiros. O valor varia entre R$ 5 por dia, para quem quiser fazer a travessia de ida e volta, e R$ 30 o pacote, para quem tiver interesse em utilizar o serviço durante todo o mês.
Como estão os pontos?
ORLA DE PORTO DE SANTANA, EM CARIACICA
Antigo Cais dos Pescadores
PARQUE DA PRAINHA, EM VILA VELHA
Próximo ao Convento da Penha
PRAÇA DO PAPA, EM VITÓRIA
Próximo a Cruz do Papa
O que as prefeituras dizem?
A reportagem do jornal online Folha Vitória solicitou uma nova entrevista com o presidente da Companhia de Desenvolvimento, Inovação e Turismo de Vitória (CDV), Leonardo Krohling, mas, por meio de nota, a prefeitura do município manteve o posicionamento de que aguarda envio da documentação pelas empresas que solicitaram o cadastramento.
A Prefeitura de Vila Velha também respondeu, por nota, que está aguardando a regularização da empresa responsável pela operação do sistema junto a Capitania dos Portos do Estado, Companhia Docas do Espírito Santo (CODESA) e também com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
Já a Prefeitura de Cariacica informou que os projetos para os pontos de embarque e desembarque estão em andamento.
Confira as notas das prefeituras na íntegra:
Vitória
“A Prefeitura de Vitória informa que o píer localizado próximo ao Hortomercado foi reformado e está apto a receber embarcações com a implantação de flutuantes pelas empresas que solicitaram cadastramento. Informa também que a licitação do projeto executivo para construção do píer na praça do Papa foi finalizado e a empresa vencedora do certame tem prazo de 180 dias para entregar o projeto. Após isso, o município fará a licitação para a construção do píer.
Os dois pontos foram georreferenciados por decreto municipal a partir de consultas feitas juntos aos órgãos de controle de navegação marítima, lideranças comunitárias e empresas que demonstraram interesse em operar o serviço. A PMV informa, ainda, que recebeu pedidos de duas empresas para a implantação, na praça do Papa, de estrutura provisória (atracadouro e flutuante) para operar o serviço enquanto ocorre a licitação para a construção do píer. A solicitação está em análise pela Procuradoria Geral do Município (PGM).
Para a operação do serviço, a Prefeitura de Vitória aguarda o envio da documentação pelas empresas que solicitaram o cadastramento. A documentação trata da vistoria da embarcação pelos órgãos de controle visando a segurança dos passageiros durante a travessia. O município necessita desse documento para finalização do processo e posterior autorização para utilização das áreas de embarque e desembarque na capital.”
Vila Velha
A Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria de Governo, informa que está aguardando a regularização da empresa responsável pela operação do sistema junto a Capitania dos Portos do Estado, Companhia Docas do Espírito Santo (CODESA) e também com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). A partir daí é que o sistema começará a operar. O município esclarece que apoia a iniciativa e que as adequações necessárias para o início das operações são intervenções simples e rápidas. O projeto de caráter turístico estabelece investimentos privados, cujo trajeto das balsas será da Praça do Papa, em Vitória, até o Parque da Prainha, em Vila Velha.
Apesar disso, por meio de nota, a Codesa informou que não está envolvida nessa questão e não foi procurada por nenhuma parte.
Cariacica
“A Prefeitura de Cariacica já publicou decreto definindo dois locais para atracação das balsas onde serão realizados embarque e desembarque de passageiros na cidade. Os dois pontos são ao longo da Orla de Porto de Santana, sendo um no antigo Cais e outro na altura de Alto Boa Vista. No momento, estão em andamento os projetos para os pontos de embarque e desembarque.”