A Vale anunciou que 20% das obras previstas no Termo de Compromisso Ambiental (TCA), que procuram conter a poluição na Grande Vitória, ficaram para o ano que vem. A declaração foi feita durante sessão da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa.
Na ocasião, o gerente de Meio Ambiente da mineradora, Romildo Fracalossi, afirmou que a pandemia de covid afetou o desenvolvimento de projetos.
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O termo foi assinado em 2018 e, segundo a mineradora, em 2019 as obras contavam com 1800 trabalhadores, 200 a mais do que nos dois anos seguintes, o que acabou atrasando as obras.
A conclusão total deve ser entregue até 31 de dezembro de 2024. Por meio de nota, a Vale afirmou que protocolou junto aos signatários do Termo de Compromisso Ambiental pedido de dilação de prazos de até 12 meses para atendimento de algumas metas em função dos impactos nas obras ocasionados pela pandemia.
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A maioria das metas com novos prazos propostos se refere, principalmente, à adequação dos transportadores de correia. As obras continuam em execução e esse prazo adicional será necessário, apenas, para completar a implantação das soluções definidas para cada meta.
Ainda segundo a nota, cerca de 80% dessas obras serão concluídas até 2023, prazo inicial previsto no TCA.
Durante a sessão realizada na última terça-feira, o gerente de Meio Ambiente da Vale, Romildo Fracalossi, detalhou o andamento das obras de contenção da poluição, com investimentos que superam R$ 2,2 bilhões.
Impactos da pandemia no desenvolvimento de projetos
Fracalossi admitiu que pelo menos 20% das obras terão de ser concluídas somente no ano que vem, fora do prazo estipulado no TCA, por conta dos impactos da covid-19 na empresa.
“A covid afetou o desenvolvimento de projetos, a engenharia. Tivemos de adotar as medidas de isolamento e distanciamento social, o que impactou no ritmo das obras. Tivemos 1.800 empregados trabalhando em 2019. E, cerca de 1.600, em 2020 e 2021. Por isso, nós pedimos este prazo porque houve um impacto. Muitos dos nossos engenheiros que tinham idade acima de 60 anos não puderam fazer o trabalho por causa das recomendações de isolamento e distanciamento social do Ministério de Saúde. Mas não houve paralisação das obras”, disse Fracalossi.
Participaram da sessão o presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente e aos Animais, da Assembleia Legislativa, deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), representantes da ArcelorMittal Tubarão, do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), do Ministério Público e da ONG Juntos SOS ES Ambiental, além de deputados do colegiado, o vereador André Moreira e outras autoridades.
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Ao ser questionado sobre o que ficará para o ano que vem, Fracalossi detalhou algumas ações.
“Ficarão para 2024 cerca de 20% da cobertura dos transportadores, 20% do enclausuramento das casas de transferências e a conclusão da cobertura do virador de vagões. Essas obras serão finalizadas em 2024. Mas a grande parte será finalizada em 2023. O que estamos fazendo com o TCA é melhorar as nossas emissões, nas nossas operações. O que vamos concluir em 2023 vai atingir os objetivos que é reduzir em 93% nossas emissões”, disse.
Gandini disse que o colegiado continuará com o seu papel de fiscalização, para garantir a melhoria na qualidade do ar da Grande Vitória.
“Vou continuar cobrando. Acompanharei os números em relação à poeira sedimentada e outras fontes de poluentes no ar, para que tenhamos uma solução para esse problema que mexe com a vida dos capixabas. Até o fim do ano, vamos aprovar a primeira lei da qualidade do ar no Espírito Santo”, declarou.