No intuito de fortalecer a operação, gestão e comercialização das associações de catadores, bem como ampliar a coleta seletiva, a Vale tem realizado o Projeto Reciclo em municípios do Espírito Santo. Por conta dessa iniciativa a coleta seletiva nas comunidades foi ampliada. Desde 2021, cerca de 60 novos pontos foram instalados em condomínios e 34 mil impactados com os novos pontos de coleta. Até 2023 serão mais 100 pontos instalados em condomínios e empresas.
O projeto atua com 12 associações de catadores e uma associação de segundo nível, a Rede de Economia Solidária dos Catadores Unidos do Espírito Santo (Reunes), com cerca de 200 pessoas diretamente envolvidas. As organizações participantes estão presentes em sete municípios do Espírito Santo: Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Guarapari, Viana e Colatina.
As ações resultaram em um aumento de renda média mensal dos associados em mais de 40%, chegando a R$ 1,3 mil em 2022. Além disso, dessa forma, é possível gerar melhores condições de trabalho dos catadores ao mesmo tempo em que sensibiliza a população para ampliar a destinação correta de material reciclável.
Outro benefício do projeto é que houve um aumento de 100% do volume do material comercializado entre outubro de 2021 e julho de 2022. Foram 147,5 toneladas em 2021 e 302 toneladas em 2022, média mensal. Essa quantidade de material reciclado equivale a cerca de 1,3 mil toneladas de emissões de CO² evitadas e 270,6 milhões de litros de água poupada.
O síndico Igor Coelho sempre teve o desejo de fazer a diferença na maneira de separar o lixo. Há 13 anos ele reside no condomínio e há 10 meses atua como síndico. Depois que assumiu o cargo ele iniciou a missão de mudar a forma como os resíduos descartados eram separados. Logo, o Projeto Reciclo o buscou para implantar a coleta seletiva no local onde mora.
No condomínio de Coelho os moradores foram instruídos a separar os lixos em suas casas. Os resíduos úmidos são enviados para um abrigo de materiais não recicláveis, enquanto o lixo seco é recolhido e destinado ao abrigo de materiais recicláveis. Posteriormente uma associação passa pelo residencial e recolhe a matéria que pode ser reaproveitada.
“Esse projeto tem sido essencial. A maioria dos condomínios não têm um destino certo para seus resíduos, mas agora estão conscientizados sobre suas atitudes e como ajudar o meio ambiente por meio da reciclagem. Hoje o projeto da Vale tem trazido teatro para crianças e orientação para os residentes. Isso tem resultado em conscientização sobre como lidar com material descartável”, diz.
Coelho ainda relata que as pessoas do condomínio vêm aderindo à iniciativa aos poucos. “Nós vamos aplicando até que todos possam participar e contribuir. E a forma que o brasileiro separa o lixo é algo cultural. Então vemos nisso a importância de incluir crianças e pessoas que queiram participar para que uma incentive a outra. E dessa maneira vamos conseguindo a vitória. Imagine se todas as pessoas de diferentes condomínios começassem a fazer isso. Quantas pessoas poderiam ajudar? Seriam diversas vidas contribuindo com o meio ambiente. Esse é um trabalho de formiguinha que aos poucos vamos conseguindo mais gente”, expressa.
O gerente de Sustentabilidade da Vale, Sérgio Costa, destaca que o projeto Reciclo está alinhado com a ambição social da empresa, que tem entre seus pilares a geração de renda para as comunidades e a mineração sustentável, criando valor social. “Para estimular a geração de renda, optamos pelo estímulo a negócios sociais de impacto, ou seja, negócios cuja atividade principal esteja orientada para a resolução de desafios sociais e ambientais, com retorno financeiro e gerando impacto positivo com resultados mensuráveis. O investimento da Vale, iniciado em 2021, inclui capacitação, mentoria, investimentos em equipamentos e reformas, articulação com atores da cadeia para melhoria das relações, dos negócios e captação de recursos, entre outras ações. Os desafios são inúmeros, mas com o apoio de parceiros técnicos e o engajamento das entidades, temos evoluído diariamente, mostrando que com uma ação simples como separar o resíduo doméstico entre seco e úmido já é possível contribuir para transformar o amanhã”, pontua.