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Vargem Alta: mais de 500 famílias atendidas em uma cidade que tenta se reerguer após chuvas

A cidade permanece sem comunicação, água potável e energia elétrica em algumas localidades

Foto: Andre Vinícius Carneiro

Após as fortes chuvas da última sexta-feira (17), o município de Vargem Alta, no interior do Espírito Santo, ficou devastado. Casas e comércios foram destruídos com o temporal e muitas famílias perderam tudo. 

De acordo com o prefeito de Vargem Alta, João Altoé, mais de 500 famílias têm sido atendidas pela prefeitura nos últimos dias. Ao todo,  1.700 pessoas encontram-se em estado de atendimento.

“Mais de 500 famílias prejudicadas com o evento do Rio Fruteiras e do Rio Novo estão recebendo ajuda da prefeitura. Muitas estão em casas de parentes ou abrigos. O volume de chuvas surpreendeu todos nós”, disse o prefeito. 

A Escola Estadual Presidente Lüebke está sendo usada como alojamento. Alimentos, roupas, materiais de limpeza, colchões e outros donativos são recebidos na unidade de ensino.

Cidadãos e funcionários da prefeitura, ainda segundo João Altoé, estão se unindo e formando um voluntariado para, juntos, devolverem a normalidade à cidade. “Carros-pipa estão limpando e lavando as ruas, e os próprios moradores têm retirado escombros das casas. 

O rio baixou hoje nesta segunda-feira (20), e a assistência social está fazendo o possível para as famílias retornarem às suas residências o quanto antes.

Desafio para a gestão

Para o prefeito da cidade, reerguer Vargem Alta não será algo fácil. “O que nós temos que reconstruir aqui, uma administração de quatro anos talvez tenha dificuldade de fazê-lo. Fora o que já teríamos que fazer se não houvesse chovido. É como se tivéssemos que fazer ‘4 em 1’ pra resgatar aquilo que se perdeu. É um desafio muito severo para um município de pequeno porte como nós”, explicou.

Para atingir esse objetivo, Altoé conta que a prefeitura está contando com a Defesa Civil. Recursos serão levantados para que a cidade seja reconstituída e os próximos passos sejam tomados.

Perderam tudo

O irmão de Franciane Muchelin tem três filhos e foi um dos afetados com a chuva. Feita de madeira, a casa dele fica no Morro da Formiga e precisou ser isolada pelo Corpo de Bombeiros. Como se não bastasse, o homem perdeu carro, televisão, roupas e está precisando de doações até de alimentos.

Franciane está com os sobrinhos no abrigo cedido pelo governo estadual, Escola Presidente Luebke, até o irmão conseguir uma casa. “É muito triste, porque eu sei o quanto meu irmão batalhou pra conquistar as coisas dele. Olhar tudo isso é de doer o coração. Chegar lá e ver que a água destruiu tudo… é difícil de aceitar”, desabafou.

Foto: Andre Vinícius Carneiro

Comércios debaixo d’água

A comerciante Marli Linhares tem uma loja no Centro de Vargem Alta, em frente ao local onde o rio passou e destruiu outros comércios e parte da estrutura que sustenta a ponte. Ela conta que, por volta de 16 horas começou a chover, mas que às 20h30 a situação se agravou e começou a descer muita água pelas ruas.

“A chuva pegou posto, prefeitura e foi arrastando tudo pela frente. Entrou água na academia e foi derrubando tudo. Foi muito triste”, contou ela.

Foto: Andre Vinícius Carneiro

Números

No último boletim emitido pela Defesa Civil Estadual, no final da tarde desta segunda-feira (20), havia 941 desalojados e 52 desabrigados em Vargem Alta, sendo que a Escola Estadual Presidente Luebke e EMEF Pedra Branca estão sendo usadas como abrigo no município.

A cidade permanece sem comunicação, água potável e energia elétrica em algumas localidades. O maquinário da prefeitura foi danificado pelas chuvas e os distritos de Córrego Alto, São Julio, Morro do Sal, Córrego do Ouro, São Carlos, Alto Boa Vista, Ipe e Pio Monte estão isolados. Já os distritos de Jacutinga, Ardisson, Capivara, Pedra Branca, São Pedro estão com acesso dificultado. Quinze 15 pontes foram danificadas ou destruídas.

Obras nos municípios atingidos

A Secretaria de Agricultura, Aquicultura e Pesca (Seag) informou que uma equipe técnica estará, nesta terça-feira (21), nos municípios afetados pelas fortes chuvas, fazendo um levantamento para as obras de conserva e manutenção dos trechos do Programa Caminhos do Campo para garantir o tráfego nos locais. A Seag também se colocou à disposição para instalar novas pontes em parceria com as cidades. 

Com informações do repórter André Vinícius, da TV Vitória/Record TV.