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Vendas de mochilas à prova de balas disparam com tiroteios nos EUA

As vendas subiram 300% com a proximidade da volta às aulas no país, mas testes mostram que as mochilas não param tiros de fuzil como os AR-15

Foto: Reprodução / Twitter

Com efeitos dos traumas causados por tiroteios em escolas nos EUA, ás vésperas de um novo ano escolar, alunos recebem treinamentos de emergência, para evitar que novas tragédias aconteçam. 

Pensando na insegurança que os alunos estão vivendo, fabricantes de mochilas, tem investido nesses produtos á prova de bala. A imprensa norte-americana, aponta que a venda do produto subiu 300% nos últimos meses.

As mochilas são vendidas em grandes redes de varejo, como a Home Depot custam entre US$ 99 (cerca de R$ 410) e US$ 490 (cerca de R$ 2 mil) e são certificadas com o selo IIIA, que teoricamente garante a qualidade do produto.

Proteção limitada

Apesar dessas mochilas atenderem aos requisitos técnicos para ter o selo, essa certificação não garante proteção contra fuzis semiautomáticos, como o AR-15, vendidos quase livremente no comércio e usados na grande maioria dos massacres recentes cometidos nos EUA,  e que exigem uma proteção muito maior do que a dessas mochilas. O produto protege apenas contra tiros de armas leves, como revólveres e pistolas.

Testes balísticos

Pelo menos dois veículos da imprensa norte-americana, a revista Inside Edition e a NBC Los Angeles, compraram mochilas à prova de balas e levaram para um clube de tiro, para testar a eficácia das proteções.

Nos dois casos, as mochilas foram colocadas em manequins e instrutores dispararam tiros nelas. Primeiro, com pistolas 9 milímetros. Depois, com revólveres calibre .44. E, por fim, com os temíveis AR-15. Mesmo com marcas e modelos diferentes, os resultados foram semelhantes.

Tanto nos tiros disparados das pistolas quanto dos revólveres, o resultado foi parecido. As balas atravessaram o tecido externo das mochilas e pararam na camada de proteção que fica no lado interno, junto ao corpo do usuário.

No caso das pistolas, no entanto, o instrutor Taran Butler, ouvido pela Inside Edition, fez um alerta. A camada de proteção interna segurou as balas mas o impacto, mais forte, poderia quebrar costelas de estudantes menores.

Sem proteção contra fuzil

Quando os instrutores dispararam os AR-15, no entanto, nenhuma das mochilas foi capaz de proteger o usuário. As balas dos rifles simplesmente atravessaram todas as camadas e foram parar no corpo dos manequins.

“A velocidade de uma bala de fuzil é muito maior e, consequentemente, tem um impacto maior”, explicou o professor de ciência forense Peter Diaczuk, em entrevista à NBC. “Por isso elas são mais perigosas que as balas de revólver.”

Em comunicado à emissora, a Skyline, fabricante de uma das mochilas testadas, disse que “a proteção contra um tiro de fuzil requer uma placa grossa de cerâmica, pesada demais para ser usada no dia-a-dia, especialmente considerando que o cliente seria uma criança ou adolescente”

*Informações do Portal R7.com