Apesar de o Espírito Santo viver uma diminuição da taxa de transmissão do coronavírus, ainda não é tempo de relaxar as regras de proteção contra a covid-19. “Viajar e visitar parentes é extremamente arriscado neste momento”, alerta a médica infectologista Rubia Miossi, em entrevista à rádio Pan News Vitória nesta quarta-feira (02). Com um feriado prolongado à vista, ela recomenda cautela nos planos de diversão e passeio.
“Se todos resolverem sair e viajar agora, daqui a pouco estaremos com a taxa de transmissão alta novamente. A doença não acabou. Parece que quando o município desce para o verde ou para o amarelo, na classificação do mapa de risco, as pessoas se esquecem que há um vírus circulando”, reforça.
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Ela relembrou que a classificação de risco leva em conta as condições em que os municípios estavam na semana anterior. “As pessoas relaxam achando que está tudo bem quando a cidade é classificada para nível baixo. Algumas, além de aglomerar, chegam a não usar a máscara como se nesses locais o vírus não circulasse mais. Mas aí é que se deve manter todas as precauções porque, do contrário, a situação irá piorar e sair do controle”, aponta.
Rubia relembrou que esses passeios e deslocamentos da população em geral nos feriados e datas comemorativas do ano passado estiveram relacionados ao aumento do número de casos e, consequentemente, de óbitos.
Visitas a parentes vacinados
Mesmo com avanço da vacinação contra a covid-19, a infectologista não recomenda visitas desenfreadas e concentrações familiares. “O risco de ter doença grave é menor? Sim, sem dúvida. Mas estamos usando três vacinas diferentes com níveis de proteção diferentes. A proteção para doença grave dos três imunizantes registra níveis próximos. Mas os níveis de segurança para a infecção são diferentes de uma para outra”, descreve.
Rubia compara usando os vacinados da Coronavac. “Por exemplo, temos uma grande quantidade de idosos vacinados com a Coronavac, que tem um nível de proteção de menos de 60% para infecção. Ou seja, eles têm um risco maior de serem infectados ao ter contato com alguém com covid em relação a outras pessoas que tomaram duas doses de outras vacinas”, explicou.
Ela concluiu que o melhor é não arriscar e que só haverá segurança plena quando for atingido o mínimo de 75% da população vacinada. “Estamos muito longe ainda disso”, aponta.
Rubia aconselha que as pessoas não façam deslocamentos de longa distância e só viajem se realmente necessário. “O receio é que, com esses deslocamentos e relaxamento, no próximo mês tenhamos uma onda de infecções quando tivemos em março”, desenvolve.
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