A variante B.1.1.7 do novo coronavírus, identificada pela primeira vez no Reino Unido, já está infectando moradores de cidades da Grande Vitória. Ao todo, 28 pessoas ficaram doentes em Vitória, Cariacica e Viana. A variante inglesa começou a circular no Estado em dezembro de 2020.
Na Capital, a variante inglesa contaminou oito pessoas, sendo sete no mês de fevereiro. No momento, um paciente apresenta sintomas e está em isolamento, segundo a Secretaria de saúde de Vitória (Semus), que acrescenta que está monitorando os contatos do morador com as demais pessoas que vivem com ele.
A Semus também disse que recebeu do Estado, na terça-feira (23), a lista com os casos da nova variante e que “imediatamente o serviço de vigilância epidemiológica iniciou a investigação e monitoramento dos pacientes”.
Em Cariacica, a prefeitura identificou um caso, uma mulher de 39 anos. “Imediatamente, a Vigilância Epidemiológica realizou a investigação e concluiu que não havia contatos próximos a serem investigados. A paciente afirma que 14 dias antes do início dos sintomas esteve com parentes de Minas Gerais”, informou a secretaria, ressaltando que a moradora manteve o isolamento no período em que ficou doente.
Já em Viana, a prefeitura disse que foram identificados, desde janeiro, 19 pacientes e “muitos já passaram pelo período de isolamento”, sem informar mais detalhes sobre a situação.
Ressaltou apenas que como a variante tem alta carga viral e se dispersa de forma mais rápida, “a orientação principal é a de que a população mais jovem, que tem sido acometida com mais frequência, mantenha de forma séria as determinações e cuidados como manter o isolamento, usar máscara e lavar sempre as mãos ou usar álcool em gel”.
A prefeitura publicou na tarde desta quarta-feira (24) em suas redes sociais um comunicado sobre pacientes que foram identificados com a variante inglesa do novo coronavírus.
Os municípios de Vila Velha e Serra ainda não responderam sobre a existência de pacientes infectados pela variante inglesa. Os casos na Grande Vitória foram divulgados dois dias depois da secretaria de Estado da Saúde realizar uma coletiva de imprensa para falar da circulação da variante inglesa no Espírito Santo.
O secretário de Saúde, Nésio Fernandes, e o diretor do Lacen/ES, Rodrigo Rodrigues, apresentaram o estudo que confirmou que a variante do Reino Unido, chamada pelos infectologistas de B.1.1.7, foi identificada no Espírito Santo em dezembro de 2020.
“Existe uma amostra oriunda do Espírito Santo que trata de uma amostra de B.1.1.7 positiva. Essa amostra foi colhida em Barra de São Francisco. Ela foi sequenciada pelo grupo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e foi confirmada como uma variante do Reino Unido”, afirmou Rodrigues no dia da coletiva.
Novas cepas no ES
Um total de 1.345 pessoas do Espírito Santo foram infectadas pela nova variante do coronavírus, associada à cepa do Reino Unido, apontou o estudo apresentado pelo Lacen. Durante a pesquisa, quase 20 mil amostras foram recolhidas entre 1º de dezembro de 2020 e 18 de março deste ano.
O que chama a atenção nesta nova versão do vírus é o aumento dos casos positivos a cada mês. Em dezembro, dentro desse conjunto, eram 16 casos. Em janeiro, já havia 48 positivados. Em fevereiro, o número foi para 337 e chegou a 943 até meados de março. Ou seja, o aumento mais que dobrou de um mês a outro, apontando como a variante se propaga de forma rápida.
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A reportagem do Jornal Online Folha Vitória fez questionamentos à Sesa sobre a quantidade dos casos atualizados da nova variante, quais os municípios que estão sendo afetados e quais medidas têm sido adotadas para o atendimento das pessoas infectadas pela variante.
Mas a secretaria não respondeu as perguntas. Informou apenas, por meio de nota, que reforça a necessidade da manutenção das medidas de isolamento adotadas pelo governo do Estado, além da adoção dos protocolos de segurança, como o uso de máscaras e álcool, para conter a pandemia e evitar o surgimento e disseminação de variantes mais perigosas.