Alívio, mas também angústia. Esses eram os sentimentos vividos por Aliaa Alhweitti ao desembarcar na tarde desta quarta-feira (13) no Aeroporto de Vitória, no Espírito Santo, trazendo no colo a filha mais nova, uma bebê nascida em Vila Velha. Ao lado dela, os outros quatro filhos, todos palestinos, assim como Aliaa.
Mãe e filhos foram resgatados pelo governo brasileiro da Faixa de Gaza, fugindo da guerra entre Hamas e Israel. Já no Espírito Santo, ao reencontrar o marido, Ahrmed Alhweitti, palestino que estava no Estado à espera da volta da mulher e dos filhos, Aliaa relembrar o horror do conflito armado.
“Eu precisei andar mais de duas horas para sair da Faixa de Gaza, com meus três filhos pequenos no colo e com os outros dois do lado”, narrou Aliaa Alhweitti.
Ela não fala português e o sheik Mohammed Bakarat, responsável pela única mesquita do Espírito Santo, que acompanha a família, foi quem ajudou na tradução logo após o desembarque no aeroporto.
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Mesmo com uma grande alegria, a mulher descreveu que o coração ainda está apertado. O sentimento é de que a felicidade não está completa, pois parte da família continua na zona de guerra.
“A minha família está lá e a mãe do meu marido também está. Estamos preocupados!”, declarou.
VEJA VÍDEO COM A MÃE PALESTINA:
Aliaa e as crianças chegaram a Brasília, no Distrito Federal, na segunda-feira (11), em um grupo de 47 brasileiros e familiares de brasileiros que retornaram ao país após serem resgatados da Faixa de Gaza. Após a viagem, eles realizaram uma conexão no Aeroporto de Campinas e seguiram para Vitória.
Bebê nasceu em Vila Velha
A bebê, nascida em Vila Velha, estava na lista de suplentes para repatriação na Faixa de Gaza, na Palestina. A criança é filha de pais palestinos e estava no país árabe junto da mãe e dos outros quatro irmãos.
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A demora para retornar ao Brasil aconteceu em função do fechamento da passagem de Rafah, que separa a Faixa de Gaza do Egito, por causa da guerra entre Hamas e Israel, iniciada no dia 7 de outubro deste ano. Desde o início de novembro eles tentavam retornar ao Brasil.
Professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ufes, Brunela Vincenzo, acompanhou a situação da família e explicou que eles foram ao país de origem em março para conseguir o visto de permanência no Brasil para os outros quatro filhos do casal.
“A lei brasileira permite que a mãe permaneça no país para sempre, é chamada residência permanente. O pai tem uma residência provisória, que é renovada periodicamente, os irmãos têm este mesmo direito. Como o processo demorou um pouco, o pai precisou voltar ao Brasil para trabalhar”, explicou a professora.
Ela foi procurada pelo sheik Mohammed Bakarat para ajudar no processo de repatriação ao lado do pai.
*Com informações da repórter Thainara Ferreira, da TV Vitória/Record