Um momento mais do que emocionante! A bebê capixaba que foi resgatada na Faixa de Gaza pelo governo brasileiro desembarcou com a mãe e os quatro irmãos no Aeroporto de Vitória na tarde desta quarta-feira (13) e reencontrou o pai, que estava no Espírito Santo à espera da família.
Ahrmed Alhweitti, que é palestino, assim como a mulher e os demais filhos, comemorou a volta e a família estar de novo toda junta. Foram muitos abraços, beijos e fotos, tendo ao fundo uma bandeira da Palestina, que foi levada para o aeroporto para recepcionar a família.
Ahrmed e sua esposa, Aliaa Alhweitti, falam árabe e contaram com a ajuda do sheik Mohammed Bakarat, responsável pela única mesquita do Espírito Santo, para dar entrevista no aeroporto.
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Mas, muito emocionado ao ver a família reunida, ele arriscou no português na hora de agradecer: “Eu estou muito feliz, graças a Deus”, repetiu várias vezes Ahrmed.
“Graças a Deus conseguimos, através da luta e da força das pessoas que ajudaram. Fiquei muito preocupado durante um período, mas estou mais tranquilo. Estou muito feliz”, narrou Ahrmed ao lado dos filhos e da mulher.
A mãe das crianças relatou o drama que viveu para poder fugir da guerra entre Hamas e Israel.
“Eu precisei andar mais de duas horas para sair da Faixa de Gaza com meus três filhos pequenos no colo e com os outros dois do lado. Estou feliz, mas a minha felicidade não está completa porque o restante da minha família está lá, estamos preocupados”, Aliaa Alhwetti.
A família chegou a Brasília, no Distrito Federal, na segunda-feira (11), em um grupo de 47 brasileiros e familiares de brasileiros que retornaram ao país. Após a viagem, eles realizaram uma conexão no Aeroporto de Campinas e seguiram para Vitória.
O repórter fotográfico do Folha Vitória, Thiago Soares, acompanhou o reencontro emocionante da família que estava no país do Oriente Médio.
Veja o vídeo do reencontro no Aeroporto de Vitória:
Em entrevista, Ahrmed, destacou que está aliviado em estar com a família novamente reunida. Além disso, agradeceu ao Itamaraty e ao Ministério das Relações Exteriores pela ajuda.
Até brincou ao receber elogio de que a bebê capixaba é muito bonita. “Sim, ela é brasileira, então é muito bonita mesmo”, disse sorrindo.
Ele declarou ainda que passou dias de angústia em função da família estar no meio da guerra.
“Às vezes era fácil falar com minha esposa, mas às vezes ficava dias sem conseguir contato. Fiquei muito perturbado, mas agora está tudo bem”, disse.
Mesmo com a felicidade, a família enfrentou um contratempo. As malas com os pertences da mãe e das crianças foram extraviadas e não chegaram ao Espírito Santo. Estão no Aeroporto de Campinas, em São Paulo.
Bebê nasceu em Vila Velha
A bebê, nascida em Vila Velha, estava na lista de suplentes para repatriação na Faixa de Gaza, na Palestina. A criança é filha de pais palestinos e estava no país árabe junto da mãe e dos outros quatro irmãos.
A demora para retornar ao Brasil aconteceu em função do fechamento da passagem de Rafah, que separa a Faixa de Gaza do Egito, por causa da guerra entre Hamas e Israel.
A professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ufes, Brunela Vincenzo, acompanhou a situação da família e explicou que eles foram ao país de origem em março para conseguir o visto de permanência no Brasil para os outros quatro filhos do casal.
“A lei brasileira permite que a mãe permaneça no país para sempre, é chamada residência permanente. O pai tem uma residência provisória, que é renovada periodicamente, os irmãos têm este mesmo direito. Como o processo demorou um pouco, o pai precisou voltar ao Brasil para trabalhar”, explicou a professora.
Ela foi procurada pelo sheik Mohammed Bakarat para ajudar no processo de repatriação ao lado do pai.
“Operação Voltando em Paz” resgatou o grupo no Egito
Uma aeronave KC-30, da Força Aérea Brasileira, foi até Cairo no sábado (09) para trazer brasileiros e familiares de brasileiros de volta ao Brasil no 11º voo de repatriação da Operação Voltando em Paz.
Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, da lista de 102 brasileiros e familiares próximos apresentada aos governos envolvidos para autorização da saída da Faixa de Gaza, 24 tiveram a saída negada, incluindo 7 brasileiro-palestinos.
Com isso, alguns familiares dos que não foram autorizados também acabaram desistindo. Dos 78 previstos na lista autorizada, apenas 47 cruzaram a fronteira.
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