Geral

"Cavalo Tarado": dança dentro de escola viraliza e envolve prefeito; veja vídeo

Cia Suave, grupo que teria recebido R$ 50 mil de prefeitura para apresentação, se pronunciou sobre notícia do caso e Eduardo Paes; saiba tudo sobre o caso

Foto: Reprodução / Redes Sociais

No último dia 22 de agosto, uma apresentação escolar viralizou nas redes sociais causando revolta e indignação em internautas. 

Durante o espetáculo, uma dançarina com a cabeça coberta por uma máscara de cavalo realiza movimentos de galope sobre um homem, ao som da música “Cavalo Tarado”. 

Logo depois, outros três homens vestidos de bailarinas aparecem dançando o funk. 

Na ocasião, crianças e adolescentes estavam reunidos no pátio do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Municipal Luiz Carlos Prestes, na região de Cidade de Deus, zona Oeste do Rio de Janeiro, para assistirem à apresentação. 

Segundo dados da Secretaria Municipal de Cultura, o grupo “Cia. Suave” teria recebido R$ 50 mil do dinheiro público para realizar o espetáculo e outras oficinas. 

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

As imagens compartilhadas no TikTok por espectadores geraram inúmeras críticas e levaram a uma manifestação dos órgãos responsáveis. 

LEIA TAMBÉM: Cobra venenosa “invade” privada de mulher e quase mata: “Perigo”

VÍDEO

CLASSIFICAÇÃO

Em um comunicado divulgado, a Secretaria Municipal de Educação esclareceu que foi aberta uma sindicância, pois a apresentação teria sido anunciada como classificação livre pelo grupo, por isso, autoridades irão apurar a razão por trás do conteúdo inadequado para crianças e entender se os dançarinos teriam agido de “má-fé”. 

Além disso, afirmou repudiar por completo a atuação dos artistas e responsabilizou o grupo pela situação. “De imediato, já foi proibida qualquer apresentação do grupo nas unidades da rede municipal”. 

LEIA TAMBÉM: Cacau alucinógeno puro: entenda o que é “nova droga” que viralizou e efeitos

PREFEITO FALOU DO CASO

Após a repercussão nacional, o prefeito Eduardo Paes (PSD) publicou um vídeo nas redes sociais para demonstrar a indignação e repúdio. 

“Recebi esse vídeo absurdo aqui e eu queria entender o que se passa na cabeça de alguém que acredita que isso aqui é algo que possa ser apresentado para crianças. Eu reagi como qualquer pessoa lúcida que vê essa gravação: com muita indignação e com repúdio”, contou. 

LEIA TAMBÉM: Paracetamol: jovens têm overdose por “Desafio do Apagão” do TikTok

A gravação do político já passa de 1 milhão de visualizações no TikTok e milhares de comentários, entre elogios e críticas. 

“Criança está na escola para estudar, para aprender, para desenvolver as habilidades. Nós vamos endurecer o controle sobre qualquer apresentação, atividade ou palestras feitas nas escolas municipais da cidade, principalmente por esses grupos independentes, para que isso não volte a acontecer. Eu não admito que a gente desperdice tempo e exponha as crianças a esse tipo de conteúdo. Não é possível que alguém considere adequado ao ambiente escolar”, complementou.  

LEIA TAMBÉM: Mulher fica grávida todo ano para cortar menstruação: “Como isso”. Mas pode?

DINHEIRO PÚBLICO

A Secretaria Municipal de Cultura também se manifestou em relação ao teor da dança, inscrita como classificação livre em edital público em 2022.

“A seleção do projeto foi realizada por comissão independente. Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para reaver o valor de R$ 50 mil destinado ao grupo para uma série de apresentações e oficinas”, relatou o comunicado.

Assim como a Secretaria de Educação, a Prefeitura do Rio proibiu de imediato qualquer espetáculo do grupo em redes municipais. 

LEIA TAMBÉM: Superbactéria de chuveiro e banheira mata homem em 5 minutos: “Doença comedora”

PHONK OU FUNK?

O cenário musical brasileiro sempre foi fonte de influências para outros países, outrora por meio do samba, MPB e bossa nova. No entanto, no atual cenário, o funk tem sido o preferido dos estrangeiros, principalmente na Europa. 

Segundo uma pesquisa feita pelo Spotify o funk carioca e o funk ostentação, juntos, somaram um aumento de 33% de execuções fora do País no ano passado. Os países que mais escutam o funk, além do Brasil, são Portugal, Estados Unidos, Itália, França e Argentina.

LEIA TAMBÉM: Ansiedade: veja remédios naturais e chás para tratar estresse e insônia

Um novo rótulo, impulsionado pelo fenômeno do TikTok, também vem tomando cada vez mais espaço em locais longínquos do País, especialmente entre jovens naturais do leste europeu. É o Brazilian phonk. Ele gera sucesso e polêmica. Há dois pontos de vista:

Há quem diga que é apenas a batida do funk brasileiro com um rótulo “gourmetizado” e revendido para europeus. 

Outros defendem que o Brazilian phonk tem suas particularidades, já que o nome deriva de um subgênero do rap dos EUA, e ainda é oportunidade para espalhar a arte brasileira. 

Não são poucos que veem apenas nova embalagem para um produto já conhecido nos bailes de SP: o funk “mandelão” e outras ramificações, como “bruxaria” e “submundo”. É o que explica Alana Leguth, co-fundadora da produtora Kondzilla, que teve papel importante na popularização internacional do funk paulistano, e fundadora do Hervolution, iniciativa voltada para o espaço feminino no estilo.

O “mandelão” é criado com uma batida de funk a 130 ou 140bpm, segundo ela, com sintetizadores. O estilo é muito ouvido nos bailes de São Paulo, como o popular Baile da DZ7, em Paraisópolis, zona sul da capital paulista.

O rótulo “phonk” (sem o “brazilian” acoplado) surgiu nos EUA. Os DJs e produtores DJ Ramemes, Newera, SR Edu e Adresz, do grupo Humildes, explicam que o estilo nasceu como um subgênero do hip-hop.

Eles comentam que o phonk incorpora vocais do memphis rap (estilo pesado e popular em Memphis, nos EUA, nos anos 90). Por ter raízes americanas, o gênero também ficou caracterizado por usar samples de jazz e da Motown dos anos 1970 e 1980.

LEIA TAMBÉM: Minoxidil: extensão de cílios natural viraliza. Mas funciona? Veja se pode usar

O estilo começou a tatear terras brasileiras por volta de 2017, segundo Ramemes, Newera, SR Edu e Adresz, principalmente na plataforma Soundcloud. O Brazilian phonk ganhou os ares que possui hoje com o drift phonk, popularizado, principalmente, pelo artista norte-americano Kordhell.

Leia a matéria completa em: Brazilian phonk: Por que o funk ganhou outro nome e se espalhou pela Europa?