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VÍDEO | Golfinhos "fumam" baiacus para ficarem drogados; entenda fenômeno

Os animais foram vistos "cutucando" baiacus e em seguida boiando como se estivem drogados

Foto: divulgação/freepik

Os golfinhos são animais extremante inteligentes e habilidosos, mas existe um hábito incomum desses animais que divertiu a web recentemente. Em alguns vídeos que circularam no Instagram e no Tik Tok, é possível ver golfinhos “cutucando”, “brincando” e mordendo baiacus, peixe que infla para se proteger de predadores, e essa brincadeira com eles é pelo efeito que as toxinas do baiacu causam nos golfinhos. 

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Segundo um grupo de pesquisadores australianos, um grupo de golfinhos da costa oeste do País estão usando as toxinas do golfinho para ficarem “chapados”, é isso mesmo, uma espécie de gás que eles soltam deixam os golfinhos drogados.

De acordo com um documentário chamado “Dolphins – Spy in the Pod”, produzido pela BBC, e mostra o cotidiano desses animais, filmou os golfinhos mastigando um baiacu e passando para outros golfinhos. Esse documentário explica que essas toxinas que eles liberam são usadas para uso recreativo dos golfinhos, ou seja, eles se divertem usando.

INTELIGÊNCIA DOS GOLFINHOS

Golfinhos exibem uma variedade de comportamentos altamente sofisticados, como o uso de ferramentas, a cooperação em grupo e a comunicação complexa. Eles conseguem resolver problemas e se adaptar a diferentes circunstâncias. Além disso, essas criaturas costumam ser observadas brincando entre si, surfando nas ondas e até brincando com outros animais marinhos.

Foi a partir dessa natureza lúdica que surgiu a observação do possível uso de baiacus por golfinhos para obter um efeito psicotrópico. Relatos, acompanhados de filmagens documentais, mostram grupos de golfinhos manuseando cuidadosamente o peixe baiacu – um animal que, quando se sente ameaçado, libera uma toxina chamada tetrodotoxina.

“DROGA” DO BAIACU

A tetrodotoxina é altamente tóxica e pode ser fatal em grandes quantidades. No entanto, pesquisadores acreditam que, em doses controladas, ela pode gerar um efeito narcótico, provocando uma sensação de euforia. De acordo com algumas filmagens, os golfinhos parecem brincar com o baiacu de forma muito controlada, passando-o de um para o outro, como se estivessem manipulando a toxina com cautela.

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Esse comportamento é comparado a uma espécie de ritual entre os golfinhos, onde eles não chegam a consumir o peixe, mas o pressionam suavemente com o focinho, fazendo com que ele libere pequenas quantidades da toxina. Após esse comportamento, os golfinhos flutuam calmamente perto da superfície, como se estivessem sob o efeito da toxina.

Embora as imagens pareçam sugestivas, os cientistas ainda não têm consenso sobre essa teoria. Muitos argumentam que os golfinhos são naturalmente curiosos e manipuladores de objetos, e que o manuseio dos baiacus pode ser apenas uma forma de entretenimento ou comportamento exploratório. Outros pesquisadores, no entanto, sugerem que a relação entre os golfinhos e o baiacu vai além da brincadeira e poderia ser uma descoberta de um mecanismo para atingir um estado alterado de consciência.

GOLFINHOS SENTEM PRAZER AO USAR “DROGAS”

A possível descoberta de que golfinhos podem estar buscando deliberadamente sensações de prazer, semelhante ao que seres humanos fazem com substâncias psicoativas, reforça ainda mais a noção de que esses animais possuem uma complexidade emocional e cognitiva notável. Isso nos leva a novas questões sobre a consciência animal e a capacidade de outras espécies de experimentar estados mentais alterados.

Golfinhos continuam a nos surpreender com sua inteligência e comportamento, sendo uma das poucas espécies que, além de nós, podem estar experimentando estados de euforia intencionalmente. Se for verdade que eles manipulam baiacus para esse fim, isso seria mais uma prova da surpreendente complexidade da vida marinha e do quanto ainda temos para aprender sobre os comportamentos das criaturas que habitam nossos oceanos.

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana Repórter
Repórter
Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Atua como repórter do Núcleo SEO da Rede Vitória no Folha Vitória.