A pandemia de covid-19 se agrava, a cada dia, em vários estados, que registram colapsos em hospitais públicos e particulares. No Espírito Santo, o novo Mapa de Risco divulgado na sexta-feira (12), não classificou nenhuma cidade em risco baixo para a doença. São 17 municípios em risco alto de transmissão para o novo coronavírus. Outras 61 cidades foram classificadas no risco moderado.
Entre elas, Linhares no norte do Estado. Nas vésperas de novas medidas de restrição começarem a valer, um vídeo feito na cidade pelo médico Fernando Aché trouxe, ainda mais, preocupação e viralizou nas redes sociais. O infectologista, que atua na linha de frente de combate ao novo coronavírus no Hospital Geral de Linhares (HGL), afirmou que o hospital não possui mais leitos de UTI para tratamento de covid-19.
“Queria dar um recado pra todo mundo que está no bar, tomando cerveja, independente da idade. Estou na unidade e não tem mais vaga. No município de Linhares não tem mais vaga de UTI. Se sua vó ou sua mãe precisar de vaga de UTI e precisar ser intubado, vai ficar no pronto-socorro”, diz ele no vídeo.
Assista ao vídeo:
Em nota, a Secretaria de Saúde de Linhares informou que o município busca com o Governo do Estado abertura de 12 novos leitos de UTI, passando dos atuais 20 para 32 leitos.
O município ressaltou, ainda, que neste momento, os leitos de UTI estão 80% ocupados. Diante disso, o hospital não receberá mais pacientes via Regulação de Vagas do Estado, pois será dada prioridade aos pacientes que chegam via Pronto Socorro, por meio de demanda espontânea, independente de qual seja o município do paciente.
Já a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que há unidades hospitalares com 100% de ocupação, mas que não existe colapso na rede e nem pacientes aguardando por leitos de UTI por mais de 24 horas.
Veja a nota completa da Sesa:
A Secretaria da Saúde reconhece que os hospitais da rede trabalham há dias com mais de 80% da ocupação, e que cinco, das 31 unidades hospitalares, operam com 100% da capacidade. No entanto, a Sesa esclarece que não existe, neste momento, colapso, e nem pacientes aguardando leitos para UTI-COVID por mais de 24 horas.
Vale ressaltar que os pacientes graves são atendidos diretamente pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), e encaminhados para hospitais sem a necessidade de regulação nos municípios atendidos pelo serviço.
A Sesa segue trabalhando intensamente no enfrentamento da pandemia e monitorando a curva da doença no estado, assim como a ocupação de leitos, para garantir que não haja comprometimento no atendimento dos pacientes Covid e não Covid. Por meio da estratégia de expansão de leitos a expectativa é que até o final do mês de abril a rede SUS capixaba esteja ofertando 900 leitos de UTI Covid. Atualmente, o estado conta com 724 leitos de UTI exclusivos para pacientes Covid.
Confira a nota da Secretaria Municipal de Saúde de Linhares na íntegra:
A Secretaria de Saúde de Linhares informa que acompanha a situação em tempo real, referente à ocupação de leitos de UTI e Enfermaria Covid no Município e no Estado.
O Município ratifica que o Hospital Geral de Linhares (HGL), junto à Unidade Sentinela, está preparado para receber os pacientes suspeitos e/ou confirmados com a Covid-19.
Toda estrutura montada no início da pandemia está sendo mantida, com leitos de emergência na Unidade Sentinela e no Pronto Socorro, assim como nos leitos de internação de UTI e Enfermaria Covid.
Informa que, neste momento, os leitos de UTI contam com 80% de ocupação – isso significa que ao atingir essa conta, não recebe mais pacientes via Regulação de Vagas do Estado, pois é dado prioridade aos pacientes que chegam via Pronto Socorro, por meio da porta aberta (demanda espontânea), independente de qual Município seja o paciente.
A pasta informa ainda que está, juntamente com o Governo do Estado, trabalhando para abertura de 12 novos leitos de UTI no HGL, passando dos atuais 20 para 32 leitos de UTI Covid.
Quanto à preocupação do profissional médico, as pessoas precisam entender que a pandemia da Covid não passou, que as aglomerações não podem acontecer, que os jovens e a população, como um todo, precisam ter consciência que os idosos que estão em casa estão sendo contaminados pelas pessoas que estão indo para as aglomerações.
Ressalta que é preciso, portanto, retornar com o isolamento social, manter as medidas de segurança, como o uso de máscaras e higienização das mãos”.