O Mercado Municipal de Peixe da Vila Rubim, em Vitória, não abriu nesta quinta-feira (17). Durante a madrugada, homens invadiram o local e furtaram vários objetos e, inclusive, o hidrômetro. O espaço ficou cheio de água, o que impossibilitou que os comerciantes trabalhassem.
O presidente que representa os trabalhadores do Mercado, Mário José de Almeida, estima que os 35 comerciantes deixaram de vender cerca de R$ 20 mil.
“A gente depende da venda. O cliente vem comprar e encontra o local fechado. A gente não pode atender por questão de segurança. Vamos ver a possibilidade de voltar a funcionar nesta sexta-feira. Em época de quaresma, que a gente pode vender mais, ter que ficar assim, sem trabalhar, é difícil“, desabafou.
No andar que fica em cima da peixaria, houve destruição. No teto há buracos e no chão ficaram os entulhos. Segundo os comerciantes, os invasores levaram janelas, grades e também fios elétricos.
Na entrada que dá acesso ao piso superior, que fica às margens da avenida que leva a Segunda Ponte, está tudo aberto. A preocupação é que novas invasões voltem a acontecer.
“A medida mais urgente é isolar o imóvel na parte de cima, para evitar que terceiros voltem a invadir e prejudiquem o mercado de peixe no andar de baixo“, disse.
Desde o início do ano, os andares superiores do mercado de peixes é alvo de discussões no Judiciário. Em fevereiro, cinco famílias que moravam e trabalhavam no andar de cima da peixaria tiveram que sair do local depois de um decisão judicial, que alega que o imóvel é da prefeitura e foi invadido.
A Jordânia Alves foi uma das moradoras que teve que deixar o imóvel. Segundo ela, apenas duas famílias desalojadas recebem aluguel social da prefeitura. As outras não se enquadram nos requisitos para o benefício. Ela contou que as famílias desistiram de lutar pelos andares superiores da peixaria.
A prefeitura anunciou que vai reformar o espaço da peixaria e as obras até já começaram, mas para os comerciantes, o problema do imóvel superior está longe de acabar.
“Está totalmente descoberto. Estamos preocupados se, por exemplo, cair um temporal, vai ser outro prejuízo que teremos“, pontuou Mário.
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo determinou que a prefeitura de Vitória providencie as medidas de isolamento do local para evitar a invasão e determinação dos imóveis por terceiros.
A prefeitura de Vitória informou que acionou a Central de Serviços, que, por mais de uma vez, lacrou as grades com solda na tentativa de impedir as invasões e solicitou à Procuradoria do Município que acionasse a Justiça para liberação das obras que estão paralisadas.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana disse que agentes de proteção comunitária fazem visitas diárias, a fim de evitar que pessoas invadam ou depredem o local.
*Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV.