Após o filho morrer em uma área alagada de Taquara II, na Serra, Renner Pereira Rodrigues, lamentou o acidente: “Descrevê-lo agora será vago, o que ficou foi a saudade e a dor da perda. Não desejo o que estou passando para ninguém”.
O promotor de vendas contou à equipe de jornalismo da TV Vitória/Record TV que estava em casa na tarde de terça-feira (02), quando algumas crianças chegaram o alertando sobre o acidente do filho Raphael, de 13 anos.
“Estávamos no terraço de casa quando algumas crianças chegaram chorando muito e chamando o nome do meu filho. Eu perguntei se ele havia morrido e elas disseram que sim”, contou.
Segundo Renner, o filho contou que iria brincar em uma pracinha próxima de onde morava, mas foi junto dos amigos para a área alagada.
“Quando ele saiu de casa, contou que ia brincar na pracinha, que fica a uma distância de 10 a 15 metros da minha casa. Mas eles e os amiguinhos decidiram juntos ir para o local da cratera que estava alagado”, disse.
O enterro será em Carapina e os horários não foram informados pelas famílias.
Pai afirma que o local sofre com descaso
O promotor de vendas afirma que não havia nenhuma placa sinalizando a cratera, e que não é a primeira vez que crianças brincaram no local.
“Ali é uma área privada e não tinha nenhuma placa informando o perigo ou indicando que era proibida a entrada. Nada impedia as crianças de entrarem. Fiquei sabendo que não foi a primeira vez que os meninos foram ali. Há alguns dias, eles estavam brincando e tomando banho no local”, disse.
Após serem acionados por três adolescentes, policiais militares estiveram no local e tentaram ajudar o menino, que foi retirado da água por funcionários da EDP.
Os trabalhadores conseguiram achar o corpo do menino no fundo do ponto de alagamento após amarrarem uma corda para mergulhar.
Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi acionada e constatou o óbito no local do alagamento.
O pai em luto afirma que a “lagoa” onde o filho se afogou parece ser rasa quando vista do lado de fora, mas é profunda.
“O local onde ele se afogou é uma grande cratera e a chuva intensa dos últimos dias gerou um alagamento. O perigo é que você só percebe a profundidade após entrar na água”, explicou.
Apesar da dor, o promotor de vendas pede que o lugar seja corretamente sinalizado e isolado para que outras crianças não corram mais risco.
“O que aconteceu foi uma tragédia anunciada. Hoje é a minha família que chora, mas amanhã outras podem estar chorando e eu só quero que as autoridades tomem providências a respeito desse problema”, enfatizou.
Em nota, a Prefeitura da Serra informou que lamenta o ocorrido e informa que a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) vai notificar o proprietário para cercar ou murar o terreno, conforme o Código de Posturas Municipal.
A Polícia Civil informa que o caso foi registrado como afogamento e o corpo da vítima foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para exames e liberação aos familiares.
Com informações de Nathália Munhão, da TV Vitória/Record TV .