Um novo equipamento importado e adquirido pelo Corpo de Bombeiros vai ajudar a equipe nas buscas por vítimas de afogamento. Trata-se de um “sistema de mergulho rápido” que é composto por colete, cilindro e reguladores em versão mais compacta em relação aos equipamentos de mergulho tradicionais.
Nesse sistema o colete e o cilindro de ar são menores e bem mais leves. Esses detalhes possibilitam maior mobilidade de deslocamento dos agentes em ações de resgate dentro e fora da água. O novo equipamento, que que tem aplicação específica para o modo operacional “salvamento”, pesa 10 quilos, bem mais leve do que os equipamentos destinados a “recuperação” de objetos, evidências criminais e vítimas em óbito, que chega a pesar até 50 quilos. Até o momento, o Espírito Santo foi o único estado no país a adquirir o equipamento.
Afogamentos no ES
De janeiro a março deste ano, no Espírito Santo foram registrados 33 afogamentos. Em 2020, foram 114 vítimas. Dentro das 33, uma foi o jovem Rodrigo. Ele se afogou em um trecho do mar no bairro Grande Vitória, na capital. O adolescente, de 16 anos, brincava com os amigos quando se afogou.
A decoradora de festas Kelly Nobres é tia de Rodrigo e conta que após quatro meses da morte do garoto, ele ainda faz muita falta para toda a família. “Nós ainda estamos sentindo a dor da perda. O Rodrigo tem nos feito muita falta, a forma como aconteceu deixou todos muito abalados e tristes”, contou.
Com o novo equipamento adquirido pelo Corpo de Bombeiros existe a expectativa de promover o resgate das vítimas ainda em vida quando as características do chamado permitir uma ação de salvamento.
De acordo com o tenente Carlos Mendes, a diferença entre os equipamentos está na sua destinação final, na mobilidade e no peso do sistema. O novo equipamento tem aplicação específica para o modo operacional denominado salvamento e não objetiva substituir os equipamento já existente na Corporação destinados ao modo operacional de busca e recuperação.
“É um equipamento portátil, ou seja, ele é de rápida implementação e uso. Eu consigo me equipar em menos de um minuto, enquanto o sistema que se destina ao modo recuperação necessita de um tempo muito maior para equipagem e para as checagens, explicou.
Hora de ouro: mais chances de salvar vidas
O tenente explica que o novo equipamento vai proporcionar mais velocidade para o resgate na chamada “hora de ouro”.
“A hora de ouro são 60 minutos. Então se a vítima de afogamento permanece submersa por esse tempo, teoricamente, eu ainda consigo fazer uma manobra de ressuscitação cardiopulmonar e essa pessoa ainda ter chances de vida. Quando a submersão se dá por um período maior do que uma hora, infelizmente fica quase impossível a reversão da parada cardiorrespiratória e consideramos óbito”, afirmou.
* Com informações do repórter Álvaro Zanotti, da TV Vitória/Record TV.