A dor de perder um ente querido para o coronavírus já atingiu mais de mil famílias no Espírito Santo. De acordo com a última atualização da Secretaria de Saúde, 1.055 pessoas morreram no Estado por conta do novo vírus.
Entre as vítimas da covid-19 está um dos diretores do sindicato dos vigilantes do estado, Osail Barbosa, de 55 anos, que faleceu no último sábado (13). De acordo com a filha dele, a técnica em enfermagem, Kamila Barbosa, o pai apresentou os sintomas no mês passado.
“Ele deu entrada no mês de maio num pronto-socorro particular de Cariacica, com todos os sintomas de covid-19. Após meu relato para a médica, de que eu sou profissional da saúde, ela me ignorou e disse que meu pai não tinha a doença e mandou ele de volta para casa. Duas semanas depois ele começou a apresentar dificuldades respiratórias, muito cansaço e foi encaminhado imediatamente para internação”, contou a filha.
Com o passar dos dias ele foi melhorando e a previsão era de que os médicos dariam alta para Osail no último final de semana. Porém, na tarde de sábado (13) a filha atendeu a ligação do hospital que jamais queria receber.
“Ele ficou na enfermaria e todos os dias a médica ligava e me dizia que ele estava bem e que em breve ele voltaria para casa. No sábado eu conversei com ele, ele conversou com a minha mãe, disse que estava bem. Mas às 16 horas recebi a pior notícia da vida. A pior notícia que um filho pode receber. Eles pediram os documentos e mandaram a gente ir até o hospital”, disse Kamila.
“Não é fácil perder o pai, a coluna da casa, aquele que criou o meu filho como se fosse pai, que nunca deixou faltar nada nem pra mim nem pro meu irmão. É muito difícil”, lamentou.
Agora ficam as memórias de um homem prestativo e cuidadoso para os familiares. Além disso, o luto despertou um novo sentimento: o de aproveitar a vida enquanto ainda se pode.
“Eu digo que eu só tenho orgulho do pai que eu tive. E que você, que tem seu pai, ame mais, diga mais que você o ama, porque a gente não sabe o dia de amanhã”, disse Kamila.
* Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória / Record TV