Com o verão e o calor, muitas praias pelo Estado ficam cheias lotadas de locais e turistas. Essa alta no número de banhistas traz o aumento do lixo produzido. E esse lixo acaba muitas vezes fora das lixeiras, sujando a orla.
Pensando nisso, a Prefeitura Municipal de Vila Velha instalou o primeiro ponto com lixeirinhas portáteis na Curva da Sereia, na Praia da Costa. Os recipientes consistem em latas de metal, penduradas em um suporte de madeira, para que banhistas peguem-nas enquanto estiverem na areia e devolvam na hora de ir embora.
A coordenadora de Educação Ambiental (CEAM) da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Flávia Maciel, explicou, em entrevista ao Fala ES, a ideia. “Vimos uma imagem na internet e resolvemos adaptar para a nossa realidade. As latinhas e as madeiras do suporte são provenientes de reciclagem”, conta. Ela também ressalta que as latinhas têm pequenos furos para não que sejam criados focos do mosquito da dengue.
Flávia acrescentou que a ação teve apoio de quem mais frequenta o local: os vendedores. Contou que os vendedores elogiaram a iniciativa e disseram que precisavam de algo assim. Segundo Flávia, eles também se colocaram à disposição para ajudar. “A ideia era que a prefeitura limpasse as latinhas, mas eles disseram que cuidariam disso.”
Ambientalista e participante do Projeto Pegada, Fábio Medeiros também enalteceu a ação. Segundo Fábio, é necessário impactar as pessoas, e o projeto faz isso usando poucos recursos.
Ele também afirma que o projeto combate um problema sério. “O microlixo tem um impacto muito grande, os animais comem achando ser algas ou águas-vivas”, lembra, também em entrevista ao Fala ES. Microlixo é todo aquele resíduo pequeno demais para ser coletado na limpeza urbana, que escapa ao rastelo. Bitucas de cigarro, palitos de pirulito, tampas de garrafa e pedaços de plástico são exemplos.
Flávia Maciel também lembrou-se de outro projeto, mas com outro público-alvo. Uma peça de teatro promovida pela prefeitura tem percorrido a orla do município ensinando para as crianças o que pode e o que não pode.
A apresentação traz cinco personagens. A Turma do Sr. Corujão relata situações cotidianas, como limpeza de restinga, poluição sonora e preservação ambiental. Segundo a coordenadora, a peça também atinge os adultos, que prestam bastante atenção e até pedem para tirar fotos com os personagens.
Fábio Medeiros falou sobre o Projeto Pegada, que também tem como objetivo conscientizar as pessoas. O projeto tem o costume de fazer uma imagem de um animal a partir do lixo recolhido para chamar atenção. Fábio contou que a intenção não é só recolher o lixo. “Você recolhe hoje e amanhã ele estará lá de novo”, desabafou. “Queremos mostrar como afeta nossos animais e como é importante ter uma praia limpa”, completou.
O ambientalista também falou sobre a importância de se sensibilizar as pessoas. Para ele, com ideias como o Pegada e como os projetos da Prefeitura, é possível mudar condutas ruins. “Ações como essas são importantes porque tocam o coração dos munícipes, e, quando toca o coração dessa pessoa, ela passa a mudar o comportamento”, defendeu.