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Vitória 466 anos: latinos e africanos contam a experiência de morar na Ilha

Em busca de qualificação profissional, eles escolheram Vitória por conta da qualidade de vida e do tamanho da cidade

Vitória 466 anos: latinos e africanos contam a experiência de morar na Ilha

Uma cidade bonita, de gente hospitaleira, com clima agradável e de fácil locomoção. Essa a descrição da Vitória por dois estudantes latino-americanos que vivem na cidade. Valéria Cabajal Rivera saiu da cidade de Tegulcipalga, em Honduras, para cursar mestrado em arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Espírito Santo. Já Ricardo Molina Dominguez, oriundo de Toluca, no méxico, veio para Vitória se especializar em Filosofia.

Ambos contam que ao chegar na cidade, sentiram o choque cultural, dificuldades com o idioma, problemas com segurança e com a burocracia, mas que a hospitalidade dos moradores de Vitória os ajudaram durante a adaptação.

“Eu cheguei em Vitória há um ano e sete meses. Logo no primeiro mês, o apartamento em que eu morava foi invadido e levaram várias objetos. Fiquei bem assustada e até pensei em desistir, mas o apoio da minha família e dos amigos que fiz aqui me ajudaram a continuar. Hoje fico feliz com essa decisão”, contou Valéria.

Já Ricardo Molina, que chegou em Vitória em fevereiro deste ano, disse que sentiu dificuldade com a burocracia. “O começo foi complicado. Tive dificuldades para conseguir contratar plano de telefone, abrir conta em banco. Nos órgãos públicos a gente até espera porque é parecido com o México, mas tive problemas com a burocracia em empresas”, comenta.

A tranquilidade e a qualidade de vida pesaram na hora de escolher a cidade, de acordo com os estudantes. “Sempre quis estudar no Brasil, por conta do movimento moderno de arquitetura do país. Tinha três opções de cidade, mas acabei escolhendo vir para Vitória por ser uma cidade menor, achei que seria mais fácil a adaptação. Aqui gosto de ir a praia, coisa que era mais difícil no meu país porque morava longe do litoral”, disse Valéria.

“Eu venho de uma cidade maior, mas aqui a qualidade de vida é muito melhor. É uma cidade tranquila e é tudo muito próximo. Além disso, é uma cidade multi-cultural, tem sempre atrações diferentes e gosto muito da musicalidade do povo capixaba e brasileiro”, destacou Ricardo.

Eu, você e alguém que a gente conhece

Além das belas paisagens, tranquilidade e qualidade de vida, os estudantes Valéria e Ricardo mencionaram uma outra característica peculiar da cidade: parece que todo mundo conhece todo mundo. “De fato sempre que a gente conhece alguém, descobrimos conhecidos em comum”, observa Valéria.

Além disso, Ricardo menciona outra característica que lhe chama atenção na capital. “Acho interessante que as pessoas são muito receptivas e gostam de contar histórias. Sempre que descubro algum lugar, as pessoas do local fazem questão de me contar sobre o local, as história curiosidades da cidade.

Sossego do interior, facilidades das grandes cidades

Para o professor Jair Silva, que saiu da cidade de Cabo Verde, no continente Africano, a Vantagem de morar em Vitória é que a cidade tem o sossego de uma cidade de interior, mas possui os benefício e facilidades de uma cidade Grande.

“Eu cheguei em Vitória em 1997 para estudar Engenharia Elétrica na Ufes. Escolhi Vitória para fugir da agitação dos grandes centros urbanos e na minha opinião foi uma escolha muito feliz, pois já estou aqui há 20 anos”, afirma.

Jair veio de uma cidade chamada Mindelo, na Ilha de São Vicente, que é uma das 10 ilhas de Cabo Verde. “Vim para fazer a graduação, mas resolvi fazer mestrado e doutorado e por fim fui aprovado em um concurso público para docente na Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória é uma cidade bacana, principalmente pela qualidade de vida proporcionada. Só sinto falta de uma praia mais limpa e a questão da segurança que nos tem preocupado ultimamente”, comentou.