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Vitória é 1º lugar entre as capitais em saneamento básico

Capital do Espírito Santo lidera ranking nacional e alcançou uma cobertura de 99,8%, ocupando a nona posição no geral entre os 5.570 municípios do Brasil

Foto: Leonardo Silveira/PMV

Ilha das Caieiras recebe obras de urbanização e rede de esgotamento

A cidade de Vitória se destacou como a capital brasileira com o melhor saneamento básico do Brasil, segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O município, que lidera o ranking entre as capitais, alcançou uma cobertura de 99,8%, ocupando a nona posição no geral entre as 5.570 cidades do país. Os dados foram divulgados na sexta-feira (23).

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O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, celebrou a conquista. “Recebemos com muita alegria e felicidade a notícia de que Vitória é a capital do Brasil com o melhor saneamento público”, disse.

Pazolini relatou ao Folha Vitória que os dados mostram o cuidado com a vida das pessoas.

“Isso significa na prática: saúde de qualidade, respeito aos capixabas e principalmente uma cidade equilibrada, com desenvolvimento sustentável, preservação do meio ambiente e do ecossistema marinho e cuidado com a vida das pessoas”, contou.

De acordo com o prefeito, a Capital está perto de chegar a 100% de esgoto tratado e coletado. “Um momento histórico que contribuirá muito para sermos referência no Brasil. Para sermos de fato uma cidade que cuida das pessoas, que cuida do meio ambiente e para termos a melhor qualidade de vida em todo o País”, disse.

“Quero agradecer a todos aqueles que se dedicam a cuidar do nosso povo. Especialmente aqueles que fizeram Vitória fosse referência em saneamento básico com praticamente quase 100% do esgoto tratado e coletado. Isso mostra que nós estamos no caminho certo. Parabéns capixabas”, disse.

Municípios com rede adequada de esgoto (em % – IBGE)

Águas de São Pedro (SP) – 100,0
Avanhandava (SP) – 100,0
São Caetano do Sul (SP) – 100,0
Presidente Lucena (RS) – 100,0
Anhanguera (GO) – 100,0
Gavião Peixoto (SP) – 99,9
Santa Clara d’Oeste (SP) – 99,9
Santópolis do Aguapeí (SP) – 99,9
Vitória (ES) – 99,8
Américo Brasiliense (SP) – 99,8
Jaci (SP) – 99,8
Júlio Mesquita (SP) – 99,8
Lins (SP) – 99,8
Matão (SP) – 99,8
Monte Castelo (SP) – 99,8
União Paulista (SP) – 99,8
Balneário Gaivota (SC) – 99,8
Morro Grande (SC) – 99,8
São Ludgero (SC) – 99,8
Treze de Maio (SC) – 99,8

Obras realizadas seguem plano de saneamento

Para melhorar no ranking nacional, investimentos vêm sendo realizados em diversos bairros da Capital. A cidade conta com o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), formado pelos quatro itens: água, esgoto, drenagem e resíduos.

O projeto da nova orla de São Pedro, que abrange, na primeira fase, a urbanização de mais de 5km de extensão da orla, inclui a complementação da rede de esgotamento sanitário e as ligações domiciliares a ela nos bairros São Pedro, Ilha das Caieiras, Santo André, Nova Palestina e Resistência.

Segundo a prefeitura, intervenções já aconteceram nas bacias de drenagem dos bairros Jardim Camburi, Mata da Praia, Morada de Camburi, República, Caratoíra, Jabour, Joana D´Arc, Praia do Canto, Maruípe e outros 16 bairros da Grande Maruípe e nos morros São Benedito, Bairro da Penha, Bonfim e Conquista, beneficiando 140 mil habitantes, um investimento de R$ 350 milhões.

Foto: Marcos Salles/PMV

Obras de macrodrenagem em Santo Antônio

A prefeitura informou ainda que foram realizados investimentos em construções de galerias, estações de bombeamento de águas das chuvas, além de manutenção e aquisição de equipamentos para monitoramento dos níveis das galerias e da precipitação.

Estão em andamento obras de macrodrenagem em Santo Antônio; Bela Vista; Inhanguetá; Estrelinha; Santa Tereza; Grande Vitória; Universitário, totalizando R$ 140 milhões.

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Estão concluídos projetos de drenagem para as bacias de 10 bairros: Praia do Canto; Santa Helena; Santa Lúcia; Santa Luíza; Ilha de Santa Maria; Ilha do Monte Belo; Fradinhos; Jucutuquara; Centro e Parque Moscoso, com investimentos orçados em R$ 150 milhões.

Estes recursos integram o Plano Vitória, com investimentos previstos na ordem de R$ 2 bilhões em quatro anos e que prevê ações em educação, saúde, infraestrutura, mobilidade, urbanização, habitação, equipamentos esportivos e culturais e tecnologia.

A Secretaria Municipal de Saúde de Vitória (Semus) realiza a vigilância da qualidade da água para consumo humano, que é entendida como a água destinada à ingestão, preparação de alimentos e à higiene pessoal, por meio do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA). 

Segundo a Semus, a equipe efetua análises mensais na água da rede de distribuição da Cesan, em 40 pontos de rotina, com o objetivo de acompanhar a qualidade da água fornecida à população da cidade, sendo monitorados parâmetros como cloro, pH, turbidez, flúor, coliformes totais e E. Coli.

O CVSA também atua em conjunto com as Vigilâncias Epidemiológica e Sanitária nos casos de surtos de doenças de veiculação hídrica, inspecionando os locais, coletando amostras e dando orientações nos locais.

Censo 2022: Vitória registra aumento de casas com coleta de esgoto

Os resultados do Censo Demográfico 2022 revelaram informações cruciais sobre a forma de abastecimento de água, destino do lixo, tipo de esgotamento sanitário, existência de banheiro ou sanitário e de canalização de água, permitindo uma caracterização de elementos importantes dos domicílios e das condições de vida da população.

Entre 2010 e 2022, além de Vitória, todas as outras cidades registraram aumento da proporção da população morando em casas com coleta de esgoto.

A proporção de residências com acesso à rede de coleta de esgoto no Brasil atingiu 62,5% em 2022, representando um aumento em relação aos anos anteriores (44,4% em 2000 e 52,8% em 2010). 

“Entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, pois demanda uma estrutura mais cara do que os demais. O Censo 2022 reflete isso, mostrando expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo”, explica Bruno Perez, analista da pesquisa.

Os dados indicam que as soluções mais comuns para o esgotamento sanitário no país eram através da “Rede geral ou pluvial” (58,3%) e da “Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede” (13,2%), considerada uma solução individual adequada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).

Por outro lado, cerca de 49,0 milhões de pessoas (24,3%) ainda dependiam de recursos precários para o esgotamento sanitário.

Moradores de Vitória são mais atendidos por rede coletora de esgoto

Ainda de acordo com os dados do IBGE, a região Sudeste (86,2%) foi a que apresentou a maior parcela da população morando em domicílios com coleta de esgoto.

Na comparação entre 2010 e 2022, todas as unidades da federação registraram crescimento da proporção da população residindo em domicílios com coleta de esgoto e da proporção da população habitando domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica.

Em termos municipais, Vitória foi uma das cidades que apresentaram as taxas mais altas de população atendida por rede de coleta de esgoto, com 99,65%.

Censo 2022: Cerca de oito a cada dez pessoas moravam em casas, mas cresce número de moradores em apartamento

Em 2022, 171,3 milhões de pessoas (84,8%) moravam em casas no Brasil. Entretanto, a proporção de pessoas morando em apartamentos vem crescendo: em 2000, era 7,6%, passando para 8,5% em 2010 até chegar aos 12,5% registrados em 2022.

Entre os municípios com maior percentual de apartamentos, Vitória ficou em 4º lugar com 45,4%. Veja a lista:

1. Santos (SP) – 63,45%
2. Balneário Camboriú (SC) – 57,22%
3. São Caetano do Sul (SP) – 50,77%
4. Vitória (ES) – 45,4%
5. Porto Alegre (RS) – 42,36%
6. Viçosa (MG) – 41,68%
7. São José (SC) – 41,05%
8. Niterói (RJ) – 40,2%
9. Itapema (SC) – 38,76%
10. Florianópolis (SC) – 38,64%

Em 2022, no Espírito Santo, 3,1 milhões de pessoas (82,1%) moravam em casas. Entretanto, a proporção de pessoas morando em apartamentos vem crescendo: em 2010, era 12,3%, passando para 17,1% em 2022.

Divino de São Lourenço tem a maior proporção de pessoas em casas; Vitória lidera em apartamentos. 

Em 2022, rede geral de distribuição de água foi a forma principal de abastecimento de água para 83,7% dos habitantes do Estado.

O Censo 2022 também mostra diferenças na forma de abastecimento de água: enquanto em Vitória o percentual de moradores com rede geral era de 99,5%, em Santa Leopoldina foi de 23,6%.

O Censo Demográfico mostra ainda que 74,2% da população do Espírito Santo morava em domicílios conectados à rede de coleta de esgoto em 2022. Esse índice era de 66,2% em 2010.

Considerando quem vivia em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica, os valores foram de 72,9% em 2010 e 82,5% em 2022.

Em 2022, 31 municípios do Estado apresentavam menos da metade da população morando em domicílios com coleta de esgoto, enquanto em 11 municípios menos da metade dos habitantes residia em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica.

Coleta direta ou indireta de lixo atendia 92,8% da população em 2022. Os tipos de descarte mais frequentes foram o “Coletado no domicílio por serviço de limpeza” (81,2%) e o “Depositado em caçamba de serviço de limpeza” (11,6%).

Vitória (99,7%) teve o maior percentual de população atendida por coleta de lixo, enquanto Vila Valério (48,6%) registrou a menor.

Para 83,7% da população do ES, a principal fonte de abastecimento de água é a rede geral de distribuição

O primeiro quesito do bloco de características dos domicílios aplicado aos moradores no Questionário Básico do Censo Demográfico 2022 foi relativo à principal forma de abastecimento de água do domicílio.

Os dados coletados indicam que a forma principal predominante de abastecimento de água da população brasileira era a “rede geral de distribuição”, opção que era a forma principal de abastecimento em 1,2 milhão de domicílios, onde residiam 3,2 milhões de pessoas, equivalendo a 83,7% da população residente no Estado.

Foto: pexels

Água que chega à maioria das casas vem da rede geral de distribuição

A segunda forma mais comumente encontrada foi o “poço profundo ou artesiano”, forma principal de abastecimento de 8,2% da população. Na sequência, aparecem a forma “Fonte, nascente ou mina”, atendendo 5,0% e a forma “Poço raso, freático ou cacimba”, com 2,9%.

Embora expressem níveis diferentes de qualidade e segurança, essas quatro formas de abastecimento de água são consideradas adequadas para fins de monitoramento do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). Em conjunto, essas quatro formas atendiam 99,7% da população em 2022.

Com menor ocorrência, encontra-se o abastecimento por “carro-pipa”, forma principal de abastecimento de 0,1% da população em 2022, “Rios, açudes, córregos, lagos e igarapés”, atendendo 0,1%, e “Água da chuva armazenada”2 atendendo 0,01%. 

Um conjunto de 0,1% da população utilizava principalmente outra forma de abastecimento, não se encaixando nas opções disponibilizadas por esse quesito no Censo Demográfico.