Vitória foi a cidade brasileira que mais recebeu estrangeiros a fim de realizar voluntariado em projetos sociais no ano de 2017, sobretudo argentinos, alemães e colombianos. Ao todo, 316 pessoas passaram pelo menos seis semanas na capital capixaba para prestar serviços à Organizações Não Governamentais (ONGs) no ano passado e outras 104 fecharam contrato para virem à cidade.
Os números são da Aiesec (sigla em francês para Association Internationale des Etudiants en Sciences Economiques et Commerciales – Associação Internacional de Estudantes em Ciências Econômicas e Comerciais). Considerada a maior organização gerida por jovens do mundo, a entidade visa o desenvolvimento da liderança por meio de intercâmbios sociais e profissionais. A ONG está presente em 127 países do mundo e, no Brasil, se divide em 53 comitês distribuídos em todas as regiões.
Já neste ano, de 1º de janeiro a 18 de março, Vitória já recebeu 104 estrangeiros e segue à frente de cidades como Salvador, Natal, Floripa e Fortaleza.
Importação de intercambistas
A capital capixaba também é uma das cidades que mais envia brasileiros ao exterior para realizar intercâmbio voluntário. No ano passado, foram enviadas 126 pessoas. Os países mais procurados pelos capixabas são os da América do Sul, como Colômbia, Peru e Argentina. Entretanto, também há envios para países como México, China, Índia, Chile, Romênia, Costa Rica, Polônia, Quênia e Turquia.
Um destes intercambistas é o Breno Bragança Vasconcelos, que saiu de sua zona de conforto para se dedicar à uma viagem de intercâmbio no Quênia, país localizado na África Oriental que possui população aproximada de 45 milhões de habitantes.
Breno realizou um trabalho voluntário em uma escola comunitária na segunda maior favela do país, localizada na cidade de Nairóbi, capital do Quênia. O trabalho do jovem ainda resultou em uma vaquinha online, que arrecadou mais de R$ 17 mil. O valor será utilizado para a construção de novas salas e reforma de outros locais da escola. A meta inicial era de R$ 6.600.
Mesmo sendo o idealizador e o principal divulgador da campanha, o capixaba não estará presente para acompanhar o andamento das obras de perto. Nesta semana, o intercâmbio do Breno no país africano se encerra e ele deixa o Quênia. Segundo ele, mesmo de longe, quer ver tudo saindo do papel.
“Estou indo embora do Quênia em uma semana e, infelizmente, não conseguirei acompanhar presencialmente a construção das salas. Porém, os diretores responsáveis ficaram de me atualizar o andamento da obra com fotos e vídeos. Além disso, há um professor e um aluno embaixadores dessa obra”, conta Breno.