Pacientes que procurarem atendimento nos PAs de Vitória poderão agora acompanhar, em um painel eletrônico, o nome do profissional de plantão, sua especialidade, a etapa do atendimento, quanto tempo falta para o próximo paciente entrar, entre outras informações. As telas começaram a funcionar nesta segunda-feira (25), mas já estavam previstas em uma lei municipal aprovada há quase um ano.
Segundo a Prefeitura de Vitória, o sistema eletrônico funciona apenas nos Pronto Atendimentos porque nesses locais a demanda é espontânea, ou seja, não há a marcação de consultas. Nas unidades de saúde, os atendimentos acontecem por agendamento online e, portanto, o paciente já fica sabendo qual médico estará no plantão, disponível para a consulta.
“A gente tirou a escala física e implantou a escala na tela. Então o objetivo é dar ainda mais transparência aos nossos processos”, ressaltou a secretária municipal de saúde de Vitória, Cátia Lisboa.
A ferramenta, no entanto, deveria estar funcionando desde o dia 31 de agosto do ano passado, data em que foi publicada a lei número 9.171/17, que obriga a disposição dessas informações em telas eletrônicas. “Foi um sistema pensado junto com a Subsecretaria de Tecnologia da Informação e requereu da gente um planejamento. Então nós tivemos que ampliar o prazo de entrega dessa ferramenta, que começou no dia de hoje”, explicou Lisboa.
A dona de casa Cirene Mendes conta que acordou cedo para acompanhar uma amiga, que precisou de internação no PA de São Pedro. Ela disse ter ficado satisfeita com a novidade. “Vendo no telão, eles [os pacientes] vão esperar mais tranquilos, porque sabem que tem gente lá para atendê-los”, frisou.
Por meio de nota, o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) afirmou que a forma de contagem regressiva imposta pelo sistema eletrônico desqualifica totalmente o serviço prestado. Segundo o sindicato, o profissional não pode ser pressionado a fazer atendimento em tempo recorde, o que pode gerar ainda mais a revolta do paciente.
Já o Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-ES) destacou que a implantação do painel eletrônico não apresenta qualquer benefício e nem agilidade às consultas ou procedimentos médicos para a população. O CRM-ES entende que isso expõe os profissionais a interpretações indevidas, podendo gerar revoltas e possíveis agressões aos médicos.