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Vitória participa de mais uma edição da Marcha da Maconha

O movimento, que acontece em diversas cidades do País, reivindica autorização para o cultivo e consumo próprio da cannabis e o fim do que chamam de guerra às drogas

Marcha da Maconha 2016 em Vitória Foto: Reprodução/Facebook

Centenas de pessoas saíram da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória, por volta das 17h30 deste sábado (4) para participar de mais uma edição da Marcha da Maconha. Segundo contabilidade da Polícia Militar, que acompanha o ato, ao todo são 300 participantes.

O movimento, que percorre as ruas de Jardim da Penha, reivindica autorização para o cultivo e consumo próprio da cannabis (nome científico da erva) e o fim do que chamam de guerra às drogas.

Para os ativistas pró-cannabis, a proibição do uso recreativo da maconha colabora para o aumento da violência, sobretudo contra negros e pobres.

Outra crítica do movimento é o fato de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizado a importação, em março, de remédios com Canabidiol para tratamento de saúde.

Na visão dos ativistas, essa decisão só favorece a indústria farmacêutica já que, segundo eles, o extrato de Cannabis com alto teor de Canabidiol poderia ser facilmente produzido no Brasil, a partir de cultivos locais. 

“É um absurdo que o Brasil, com luz e solo à vontade, pague caro para obter uma substância livre de patentes, como é o caso do Canabidiol e Tetrahidrocannabinol (THC). Então, é importante reivindicarmos não apenas o registro do medicamento, mas sua produção”, argumentam na descrição do evento em uma rede social.

Além de Vitória, cidades de diversos outros estados aderiram à Marcha da Maconha neste sábado. São os casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Maringá e São José dos Campos.

Evento é autorizado pelo STF

Desde junho de 2011, a realização da marcha da maconha é liberada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para os ministros, os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensamento garantem a realização dessas marchas. 

À época, o ministro Celso de Mello, cujo voto favorável foi seguido por todos os ministros da Suprema Corte, explicou que a mera proposta de descriminalização de determinado ilícito penal não se confunde com o ato de incitação à prática do delito nem com o de apologia de fato criminoso. 

“O debate sobre abolição penal de determinadas condutas puníveis pode ser realizado de forma racional, com respeito entre interlocutores, ainda que a ideia, para a maioria, possa ser eventualmente considerada estranha, extravagante, inaceitável ou perigosa”, ponderou.