Entre os dias 5 e 7 de novembro, a Capital recebe o VIII Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme (DF), no Centro de Convenções de Vitória. A importância do evento vai além do âmbito da saúde pública. Ele tem uma dimensão que ultrapassa os limites do Espírito Santo, já que trata de uma enfermidade que, embora tenha como grupo-alvo basicamente os afrodescendentes, pode se manifestar também em pessoas brancas.
Além disso, apresenta uma expressiva dimensão socioeconômica no Brasil e em toda a América. A boa notícia é que o nosso país deu um passo decisivo ao tratar a doença por meio de uma política pública de saúde, de natureza compensatória, de forma a atenuar a sua dívida secular com os afrodescentes.
Tanto que o evento em Vitória acontece no mesmo ano em que foi lançada a campanha Década Internacional pelos Povos Afrodescendentes (2015-2024) -, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em favor da promoção e da proteção das pessoas de ascendência africana, como reconhecimento e justiça. Em toda a América, esse grupo já soma mais de 200 milhões de pessoas, sendo quase 100 milhões no Brasil.