O auxiliar administrativo Douglas Augusto de Oliveira Poubel, de 39 anos, voltou às redes sociais nesta terça-feira (25) e publicou fotos com a filha, Maria Alice de Oliveira Poubel, de 8 anos, que sobreviveu ao grave acidente num parque de diversões em Itapemirim, ocorrido no último dia 1 de fevereiro.
Esta foi a primeira postagem de Douglas após o acidente que matou sua esposa, Mirian de Oliveira, de 38 anos, e deixou a filha do casal gravemente ferida.
Com a legenda “Amor sem medidas”, o pai compartilhou imagens da menina, que ficou mais de dez dias internada no Hospital Infantil de Cachoeiro e agora se recupera, em casa, dos ferimentos e do trauma de perder a mãe de forma tão trágica.
Na publicação, Douglas recebeu o apoio de familiares e amigos. “Que feliz ver Maria Alice deste jeito!! Uma vitória!! Deus continue abençoando vcs!!!”, disse uma internauta. “Que Deus continue te dando força nessa caminhada”, comentou outro.
O acidente
Miriam e Maria Alice estavam num brinquedo conhecido como “surf”, que faz rotação em 360º, mas o equipamento teria começado a girar em alta velocidade e as duas foram arremessadas. A mãe não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. O pai da criança assistiu ao acidente e ficou desesperado.
Em entrevista ao Folha Vitória, Douglas contou como está sendo o recomeço da vida após a tragédia familiar. Ele comentou sobre as dificuldades de seguir em frente e disse que espera pela conclusão do laudo pericial, para que enfim, os responsáveis do acidente sejam punidos. Confira:
Como está a recuperação de Alice?
Está sendo muito boa. Ela está cada vez melhor. Depois do Carnaval, ela já voltará às aulas. Minha filha já sobe escadas e faz as coisas sozinha. Quando estava na UTI, após o acidente, ela estava muito ruim. Teve traumatismo craniano, criou-se um coágulo. Ficou desacordada, com escoriações.
Ela está andando facilmente hoje em dia?
Sim, anda normalmente. Está fazendo fisioterapia. A fisioterapeuta disse que ela está bem e não precisará mais [do tratamento].
E os custos da fisioterapia e do tratamento? É você que está arcando?
Sim. Sou eu que estou arcando com tudo. Fisioterapia, neurologista, psicólogo. Tudo eu quem pago. Ninguém me procurou para nada. Nem o dono do parque ou nem ninguém da Prefeitura de Itapemirim. Todos os custos são meus.
Pensa em processar os responsáveis?
Sim, devido a ninguém ter me procurado para nada. Meu irmão está vendo essa parte. Ele é advogado. Ninguém me ajudou no dia. E depois também não me procuraram. Então é revoltante.
E como ela está psicologicamente com a perda da mãe?
No dia que eu contei, ela ficou muito triste. Chorou muito. E isso ficou por muitos dias depois. Ela chorava direto (eu via), mas ela não queria demonstrar pra ninguém. Mas dava muita dó. Porém, antes do carnaval, ela começou a parar de ficar chorando. Fiz também vários programas com ela. Levei-a pra passear e ela agora já não fica tão triste como estava.
E como está sendo esse recomeço?
É diferente, pois eu tinha alguém para dividir as coisas. E do nada eu vejo que, apesar do apoio dos familiares, agora é somente eu.
Gostaria de falar mais alguma coisa?
Queria que vocês falassem sobre a prefeitura não ter me procurado para pelo menos me ofertar uma psicóloga para me acompanhar no dia que fui falar com minha filha sobre a morte da mãe. O dono do parque não me procurou para franquear os custos com médicos e remédios até a conclusão do processo.
Prefeitura de Itapemirim
A Prefeitura de Itapemirim reiterou nesta terça (25), por meio de sua assessoria de imprensa, que não é responsável por fiscalizar os brinquedos do parque, informação que já havia dado por meio de nota dias após o acidente.
Ainda de acordo com a prefeitura, o alvará que visa às condições de estrutura, funcionamento e segurança é de competência do Corpo de Bombeiros e dos engenheiros técnicos que emitem as ARTs elétrica e mecânica.
Segundo a nota, em visita ao parque, no dia 2 de janeiro deste ano, a equipe da fiscalização da administração municipal solicitou as licenças para funcionamento. Os responsáveis do parque apresentaram o documento do Corpo de Bombeiros e dos engenheiros técnicos, que deram laudos favoráveis de segurança e funcionamento.
A prefeitura afirmou ainda que o alvará do município é para fins tributários, e que qualquer informação sobre a estrutura do parque ter condições de funcionamento e segurança, quem poderá responder é o Corpo de Bombeiros e os engenheiros.
Polícia Civil
A Polícia Civil informou que o laudo pericial segue em andamento e será finalizado dentro do prazo legal. A previsão é que o laudo seja entregue até a semana que vem.
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