Em 2025, o foro de debates chega à 6ª edição, reunindo opiniões, sugestões, ideias e projetos discutidos junto aos Municípios e Estados Brasileiros. As etapas municipais vão até 30 de junho; as estaduais e do Distrito Federal até 30 de agosto; a Conferência Nacional está programada para a segunda quinzena de outubro. A realização é do Ministério das Cidades.
Mas o que, afinal, é discutido nessas conferências? Bom, vamos lá. Você sabia que a Ciclovia da Vida foi um projeto concebido durante a Conferência das Cidades? Então, são questões afetas diretamente ao bem estar da população, no que diz respeito à mobilidade urbana, meio ambiente, lazer, saúde, educação… o objetivo é discutir soluções inovadoras para tornar as cidades mais preparadas e sustentáveis para se viver.
Segundo a presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU/ES), Priscila Ceolin, a conferência “representa uma grande oportunidade para ouvir as necessidades da sociedade e compreender o que as pessoas realmente esperam das suas cidades”.
Modelo participativo
Funciona como um processo de escuta ativa, em diferentes níveis, onde a cada instância (municipal, estadual e nacional) são eleitas as melhores propostas, que seguem para as fases seguintes. “Cada cidade tem suas próprias regras e pode convocar os moradores de sua região para que participem e apresentem suas ideias. Movimentos sociais, associações de moradores e sindicatos, por exemplo, podem se fazer representar, criando um espaço para que diferentes setores da sociedade colaborem”, explica Priscila.
A participação na conferência é gratuita, e as inscrições, normalmente feitas de forma online, ainda não estão abertas em todos os municípios. Porém, é importante que os interessados se mantenham atentos às informações divulgadas e cobrem dos seus municípios a realização do evento.
A presidente do CAU/ES afirma que, apesar da entidade também levar algumas ideias para a conferência, a participação é essencial. “Quando os cidadãos se envolvem ativamente, as propostas não apenas refletem as necessidades reais da comunidade, mas também asseguram que as soluções atendam às expectativas”, afirma.
Eixos
A conferência se estrutura em torno de alguns eixos principais, como: articulação entre os principais setores urbanos e o planejamento das políticas públicas; gestão estratégica e financiamento; e grandes temas transversais, principalmente ligados às mudanças climáticas e mobilidade urbana.
As propostas devem ser inscritas dentro desses temas, garantindo que as soluções estejam alinhadas com os desafios urbanos contemporâneos. Caso um município não realize uma etapa regional, os moradores podem participar diretamente da etapa estadual.
O processo de seleção das propostas varia conforme o regimento de cada cidade, mas, de modo geral, qualquer pessoa pode participar, embora seja necessário pertencer a alguma organização, como um movimento social ou uma associação de moradores, para poder votar.
Priscila ainda destaca que o Conselho, ao se envolver no debate, contribui para que as ideias que contenham um conhecimento técnico significativo possam avançar. As propostas eleitas são incorporadas ao plano de ação das prefeituras, o que promove mudanças concretas nas cidades. “O CAU deseja levar à conferência propostas que não só atendam às demandas sociais, mas que também tragam conhecimento técnico, o que contribui para que as soluções sejam ainda mais eficazes”, explica.