Meio Ambiente

Área de manguezais reduz 26,1% na região da Grande Vitória

A preocupante constatação foi publicada em um relatório técnico-científico elaborado pelo Iema no ano de 2023

Manguezal na Grande Vitória.
Manguezal na Grande Vitória. Foto: Thiago Soares

O Espírito Santo tem 17 ecossistemas de manguezal, localizados em 13 municípios do litoral do Estado. Mas, no momento em que as cidades crescem, o ecossistema acaba perdendo espaço: na região da Grande Vitória, a área de manguezais já sofreu uma redução de 26,1%.

A preocupante constatação foi publicada em um relatório técnico-científico elaborado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) no ano de 2023.

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Além disso, conforme o mapeamento e a análise espaço-temporal apresentados, a área total de manguezais no Estado diminuiu 16,6%, passando de 136,9 quilômetros quadrados para 114,2 quilômetros quadrados. 

Os manguezais de Reis Magos, Jacaraípe, Santa Maria da Vitória, Rio Jucu e Guarapari foram especialmente afetados, vendo suas áreas reduzidas de 55,9 quilômetros quadrados para 41,3 quilômetros quadrados.

Em entrevista ao Folha Vitória, o subsecretário de Estado de Fomento de Negócios Sustentáveis e Investimentos de Impacto, Ramon Moreira, destacou que esse é o resultado de ações como: ocupação irregular da área de mangue e pressões por urbanização.

Esses dados refletem o levantamento a partir do estudo do Iema, com acompanhamento de imagens de satélite e fotos de acervo desde a década de 70. E é perceptível o impacto da ocupação irregular do mangue, pressões por urbanização além de mudanças climáticas, descreve Ramon.

O subsecretário de Estado acrescenta que, na Grande Vitória, são realizadas atuações e ações de conscientização nas comunidades que residem perto das áreas de mangue.

É fundamenta que eles evitem as possíveis ocupações regulares e entendimento dos ecossistemas da sociedade, narra o subsecretário.

Governo divulgou resultado de edital inédito de restauração de manguezais

O governo do Estado divulgou, no dia 16 de janeiro, o resultado final do Edital 13/2024 – Apoio a Projetos de Pesquisa e Extensão Para Restauração Ecológica de Manguezais no Espírito Santo.

A chamada pública inédita teve o objetivo de implementar ações que contribuam para a manutenção, recuperação e ampliação da cobertura florestal de manguezais do Estado.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória

O edital foi idealizado devido às mudanças climáticas e os manguezais serem estratégicos para a redução da vulnerabilidade da zona costeira a essas alterações, aos processos erosivos, além de terem grande capacidade de estocar carbono.

As duas propostas contempladas no edital foram: “Manquejar Jacaraípe”, da professora Mônica Maria Pereira Tognella, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). E “Vozes dos Manguezais de Guarapari”, do professor Marlon Carlos Franca do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

Segundo o subsecretário Ramon Moreira, os projetos foram “muito bem selecionados”. “Com metodologias de áreas que sejam aderentes as realidades e necessidades dos manguezais”.

Ramon também explica que, a iniciativa não vai atender apenas a academia, mas também atenderá as comunidades envolvidas nos manguezais.

A iniciativa não vai atender só a academia. Em ambos os projetos eles terão que realizar atuações com as comunidades, associação dos moradores, os envolvidos no mangue, por exemplo, no município da Serra, destaca.

 A ação é fruto da parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) com a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama). E também conta com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos e Florestais do Espírito Santo (Fundágua), descentralizados ao Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec).

Ao todo, foram disponibilizados R$ 3 milhões para financiar os projetos selecionados, no entanto, cada proposta deveria ter o orçamento limitado a R$ 1 milhão.

Manguezal na Grande Vitória.
Manguezal na Grande Vitória. Foto: Thiago Soares

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtora Web
Produtora Web
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória