5º episódio

PodNatureza 🎙️ Reserva Kaetés: o refúgio do ES que contribui para um futuro sustentável

Yhuri Nóbrega recebeu o biólogo e doutor em Biologia Animal Victor Vale, uma das maiores referências na conservação da natureza no ES

O novo episódio do PodNatureza trouxe uma verdadeira aula de esperança, ciência e amor pela biodiversidade capixaba. O apresentador Yhuri Nóbrega recebeu o biólogo e doutor em Biologia Animal Victor Vale, uma das maiores referências na conservação da natureza no Espírito Santo e um dos líderes do Programa de Conservação da Saíra-apunhalada.

Durante o bate-papo, Victor falou sobre o trabalho realizado na Reserva Kaetés, uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) mantida pelo Instituto Marcos Daniel, que atua na preservação da biodiversidade local — incluindo a proteção de espécies raríssimas como a própria saíra-apunhalada, considerada uma das aves mais ameaçadas do planeta.

Um refúgio único no Espírito Santo

Localizada entre os municípios de Castelo e Vargem Alta, a Reserva Kaetés está inserida entre os parques estaduais do Forno Grande e da Pedra Azul, formando um dos principais corredores ecológicos da Mata Atlântica.

A área abriga espécies endêmicas, raras e ameaçadas como o sagui-da-serra, o sapinho-pingo-de-ouro e o bagre de Caetés — que só existe ali.

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Além de conservar a fauna e flora nativas, a reserva oferece serviços ecossistêmicos fundamentais como a regulação climática, fornecimento de água limpa, polinização e até apoio à agricultura.

A floresta em pé que gera renda

Um dos pontos mais marcantes do episódio foi o destaque para o ecoturismo como ferramenta de preservação e desenvolvimento econômico local. Victor explicou que a presença da saíra-apunhalada colocou o Espírito Santo na rota internacional de observação de aves ameaçadas, atraindo turistas de mais de 20 países só no último ano.

Esses visitantes movimentam a economia da região, consumindo de cafés a pousadas, além de participarem de experiências científicas como o acompanhamento de biólogos em campo.

A torre mais alta da Mata Atlântica

Um dos novos atrativos da reserva é a maior torre de observação de aves da Mata Atlântica na América do Sul, com mais de 30 metros de altura. De lá, é possível observar aves raras e fazer parte de programas turísticos e científicos — inclusive monitorando a saíra-apunhalada ao lado dos pesquisadores.

Uma luta pela vida

A conversa também emocionou ao tratar da urgência da conservação. Segundo Victor, restam cerca de 20 saíras-apunhaladas conhecidas no mundo — a maioria delas na própria reserva. Perder esses indivíduos seria perder toda a história evolutiva da espécie.

“Se essas 20 desaparecerem, acabou. A saíra-apunhalada se extingue do planeta”, alerta.

Conservação feita por quem vive a terra

Victor, que nasceu na região onde hoje protege a biodiversidade, reforça que a conservação só é possível com o envolvimento das comunidades locais. O trabalho do Instituto Marcos Daniel, que mantém a reserva sem fins lucrativos, é exemplo de como ciência, cultura e desenvolvimento sustentável podem andar de mãos dadas.

🎧 Assista agora ao episódio completo no canal do YouTube Folha Vitória no YouTube e inspire-se com essas histórias que conectam arte, ciência e conservação!

Yhúri Cardoso Nóbrega

Colunista

Doutor em ecologia de ecossistemas, mestre em ciência animal e presidente do Instituto Marcos Daniel.

Doutor em ecologia de ecossistemas, mestre em ciência animal e presidente do Instituto Marcos Daniel.