
A Câmara Municipal de Santa Teresa aprovou uma moção de repúdio ao decreto que restringe a cidadania italiana a filhos e netos de pessoas nascidas na Itália. O município da região Serrana do Espírito Santo é a primeira colônia fundada por imigrantes italianos no Brasil.
A nova norma retira de netos, bisnetos e outros descendentes de imigrantes italianos o direito da cidadania italiana que, antes, era sem limite de geração.
Cidadania italiana: decreto impõe restrição
Os vereadores afirmam que as novas regras do governo italiano trazem dificuldade para quem busca a cidadania.
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A moção repudia o decreto do ministro da República Italiana, Antonio Tajani, sendo endereçada também ao Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro, do cônsul, Massimiliano lacchini, ao presidente Sergio Mattarella e à primeira-ministra Italiana, Giorgia Meloni.
O presidente do Legislativo Municipal, vereador Professor Giovane Prando, disse que a Câmara de Santa Teresa não possui o poder de decisão do que vai acontecer lá na Itália, mas a ação não deveria deixar de ter uma manifestação.
Mas seria de uma insensibilidade, por nossa parte, representantes do povo teresense, a primeira cidade fundada por imigrantes italianos no Brasil, se nós deixássemos passar, sem nenhuma manifestação, disse o vereador.
O documento é assinado pelos vereadores Professor Giovane Prando (PSDB), Dequinha (PSB), Douglas Lacerda (Podemos), Edimar Dantas (Podemos), Enfermeiro Gilmar (MDB), Capitão Geraldo (PL), João Carlini (PSDB), Bebeto Netto (PSD), Sandrão (PSDB), Vanildo Sancio (MDB) e Vereadora Sarita (União Brasil).
Brasil tem cerca de 30 milhões de descendentes de italianos
A mudança gerou reações em todo o mundo, principalmente no Brasil, onde há cerca de 30 milhões de descendentes de italianos.
“É um ato de representação do povo teresense perante tudo o que está acontecendo e que essa manifestação, somada a outras manifestações do Brasil, sensibilize o parlamento italiano para rever esse decreto”, disse o presidente da Casa.
O vereador Capitão Geraldo também ressaltou que as novas regras do governo italiano trazem dificuldade para quem busca a cidadania italiana, historicamente, um direito de sangue.
“Fica também aqui registrado o meu repúdio, porque sabemos que isso já vem de antes, mas como o mundo gira em torno de cada governante, foi colocado isso em pauta. Não é bom, porque Santa Teresa tem muitos italianos e que pleiteiam essa cidadania italiana”.