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Sobrevivente do nazismo, Chernobyl e covid-19 morre atropelada aos 95 anos

Sobrevivente de invasão nazista, desastre nuclear de Chernobyl e pandemia da covid-19, Mayya Gil morreu aos 95 anos atravessando a rua

Sobrevivente, Mayya Gil morreu atropelada aos 95 anos, em Nova Iorque, EUA. Foto: Reprodução/ Instagram
Sobrevivente, Mayya Gil morreu atropelada aos 95 anos, em Nova Iorque, EUA. Foto: Reprodução/ Instagram

A ucraniana Mayya Gil, sobrevivente do nazismo na Segunda Guerra Mundial, do acidente nuclear de Chernobyl e da pandemia da Covid-19, morreu atropelada aos 95 anos, na última quinta-feira (23), ao atravessar a rua em frente à sua casa em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

A idosa estava acompanhada do cuidador quando atravessava a rua. Os dois foram atropelados por uma van, que fez uma curva acentuada.

Mayya Gil sofreu uma lesão na cabeça e chegou a ser levada a um hospital, mas não resistiu. A família da idosa só divulgou a notícia na última segunda-feira (27).

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O cuidador, de 54 anos, sobreviveu ao acidente. Ele sofreu ferimentos em uma das pernas e recebeu atendimento em um hospital, onde passa bem. Sua identidade não foi divulgada.

O atropelamento está sendo investigado pela polícia americana. O motorista da van, um idoso de 64 anos, não foi preso, segundo a revista People.

Mayya Gil era uma sobrevivente

Mayya Gil nasceu em Khmelnytskyi, na Ucrânia, no ano de 1929. Aos 12 anos, ela se mudou com a mãe e o irmão para a capital do país, Kiev, para fugir da invasão nazista.

Na capital, ela conheceu o marido, Vilyam, com quem foi casada por 68 anos, e teve suas filhas gêmeas, quando o país estava sob domínio da União Soviética.

Em 1986, uma das filhas se mudou para Nova Iorque, nos Estados Unidos, após o desastre nuclear de Chernobyl, de acordo com o site Gothamist.

A usina nuclear fica a pouco mais de 100 km da capital Kiev. Seis anos depois, o restante da família também foi para os EUA.

Idosa ficou viúva durante a pandemia de covid-19

Na pandemia da covid-19, o marido de Mayya morreu pela doença, em 2020. Em entrevista ao New York Times, ela lamentou que não pode ficar com o marido nos seus últimos dias de vida.

Não me deixaram vê-lo e ele estava fraco demais para dizer qualquer coisa ao telefone. Éramos como uma só pessoa, declarou. 

Mayya Gil sobreviveu aos três eventos históricos. Em Nova Iorque, ela era participante ativa da comunidade judaica local, bairro onde morava.

“Todo mundo a conhece. Ela era uma senhora muito ativa”, disse a filha Lizunova ao site Gothamist.

Texto sob a supervisão da editora Erika Santos