Obituário

Morre aos 89 anos Paulo Copolillo, ex-desembargador do TJES

Desembargador aposentado do TJES Paulo Nicola Copolillo também era formado em Medicina e foi professor da Ufes

O desembargador aposentado Paulo Nicola Copolillo.
Foto: Arquivo pessoal

Morreu aos 89 anos o desembargador aposentado e ex-professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Paulo Nicola Copolillo.

O falecimento ocorreu na última segunda-feira (17). O magistrado foi sepultado no Cemitério Jardim da Paz, no município da Serra.

Paulo Copolillo iniciou carreira como juiz subtituto

Copolillo iniciou a carreira como juiz substituto em fevereiro de 1969. Em seguida, menos de um mês depois, foi designado para responder como juiz adjunto na Comarca de Linhares.

No mesmo ano, passou a atuar como juiz adjunto da 3ª Vara Criminal de Vila Velha e em 1994 foi promovido, por antiguidade, ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Na corte, passou pela 1ª Câmara Cível e pela 2ª Câmara Criminal.

Aposentado em 2005, o magistrado era também formado em Medicina e lecionou nos Departamentos de Medicina Social e de Direito da Ufes.

O Tribunal, assim como a universidade, informaram com pesar a morte do desembargador.

“Em nome de toda a comunidade acadêmica, a Administração Central da Ufes manifesta sua solidariedade aos familiares e amigos do professor”, manifestou a universidade em nota.

A Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages) também lamentou o falecimento de Copolillo.

O legado de Paulo Nicola Copolillo permanecerá vivo na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Que sua lembrança seja sempre reverenciada com respeito e admiração, escreveu a Amages.

Atuação no caso Araceli Cabrera

Copolillo foi um dos juízes que atuou no caso da menina Araceli Cabrera, que tinha apenas 8 anos quando desapareceu em 18 de maio de 1973.

Considerado um dos casos mais emblemáticos da história judicial brasileira, o crime que ocorreu no Espírito Santo durante a ditadura militar é marcado por boatos, pressões, omissões e denúncias de destruição de provas. 

O corpo de Araceli foi encontrado seis dias depois de seu desaparecimento, num matagal próximo ao Hospital Infantil, na Praia do Canto. Sua morte virou símbolo da luta contra a violência infantil.

Em 1980, a Justiça decretou a prisão dos acusados, mas a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo.

Em 1991, 18 anos depois da morte de Araceli, numa nova sentença de 747 páginas, Copolillo absolveu os três acusados por falta de provas e até hoje ninguém jamais foi responsabilizado pela morte da menina.

Julia Camim Editora de Política
Editora de Política
Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico