Obituário

Morre ex-goleiro Manga, ídolo do Botafogo e titular da Seleção na Copa de 1966

Manga foi um dos grandes nomes da posição, por isso no dia 26 de abril, data de nascimento do ex-jogador, é comemorado o "Dia do Goleiro"

goleiro manga, ídolo do Botafogo
Manga marcou história no Botafogo (Foto: Vítor Silva / Botafogo)

Ídolo do Botafogo e titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966, o ex-goleiro Manga morreu nesta terça-feira (8), aos 88 anos. Ele enfrentava um câncer de próstata nos últimos anos e estava internado no Hospital Rio Barra.

A morte de Manga foi anunciada pelo próprio Botafogo. “É com enorme pesar que comunicamos o falecimento de Haílton Corrêa de Arruda, nosso inesquecível ex-goleiro e ídolo Manga, aos 88 anos, no Hospital Rio Barra”.

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O presidente do Botafogo associativo, João Paulo de Magalhães Lins, prometeu homenagens ao ídolo alvinegro e ofereceu o salão nobre de General Severino para a realização do velório.

“Faremos todas as homenagens a esse gigante de nossa história, que seguirá eternamente vivo em nossos corações”, afirmou o dirigente.

Manga conquistou títulos e idolatria no Botafogo

Manga é considerado um dos grandes goleiros da história do futebol brasileiro. Nascido no Recife (PE), ele iniciou sua carreira no Sport, no qual foi tricampeão pernambucano (1955, 1956 e 1958). Mas se tornou conhecido em nível nacional e mundial ao brilhar no Botafogo entre 1959 e 1968.

Ele participou de quatro conquistas do Campeonato Carioca (1961, 1962, 1967 e 1968) e duas do Torneio Rio-São Paulo (1962, 1964 e 1966).

Manga, ex-goleiro do Botafogo, durante homenagem no Engenhao. 14 de Setembro de 2013,
Manga, ex-goleiro do Botafogo, durante homenagem no Nilton Santos (Satiro Sodré/Botafogo)

Manga era uma das referências de duas grandes formações do Botafogo, que na época rivalizava com o Santos pelo título simbólico de melhor time do Brasil, nas temporadas 61 e 62, e 67 e 68.

Com o destaque no alvinegro carioca, Manga ganhou espaço na seleção brasileira e chegou a ser titular na Copa do Mundo de 1966. Ele compôs a equipe ao lado de lendas, como Garrincha, Zagallo, Nilton Santos, Didi, Gérson e Jairzinho.

Campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes

Depois de brilhar no Botafogo, o goleiro também se destacou no Nacional-URU. Pela equipe uruguaia, foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, ambos em 1971. Faturou ainda quatro títulos nacionais no país vizinho.

Manga passou ainda pela dupla Gre-Nal, com maior destaque pelo time colorado, onde também se tornou ídolo e foi bicampeão brasileiro (1975 e 1976) e tri gaúcho. Também defendeu o Operário-MS e o Coritiba.

Ele encerrou sua carreira no Barcelona de Guayaquil, do Equador, em 1982, aos 45 anos. Antes disso, foi campeão equatoriano no ano anterior.

Manga era o goleiro que não usava luvas

Manga também se tornou famoso por não usar luvas numa época em que era comum os goleiros atuarem com a proteção nas mãos.

Ele dizia que não se sentia confortável, uma vez que tinha dedos tortos. Compensava com óleo e areia nas mãos para melhorar a aderência nas defesas.

O jogador se tornou tão simbólico de sua posição em sua época que recebeu homenagem quando ainda estava vivo. O dia do seu nascimento, 26 de abril, se tornou oficialmente o “Dia do Goleiro”.