Conhecido na Austrália como o “homem do braço de ouro”, James Harrison morreu aos 88 anos no dia 17 de fevereiro, em uma casa de repouso na Costa Central de New South Wales. A informação foi confirmada por sua família nesta segunda-feira (3) à BBC.
Harrison foi um dos principais doadores de sangue do país, realizando mais de 1.100 doações ao longo de seis décadas.
Seu plasma continha um anticorpo raro, chamado Anti-D, utilizado na produção de um medicamento para prevenir a doença hemolítica do feto e do recém-nascido (DHRN), uma condição que pode causar anemia, insuficiência cardíaca e até a morte fetal devido à incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebê.
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DOAÇÕES E IMPACTO NA MEDICINA
Antes do desenvolvimento do Anti-D, na década de 1960, metade dos bebês diagnosticados com DHRN não sobrevivia.
A Cruz Vermelha Australiana Lifeblood estima que, desde 1967, mais de três milhões de doses do medicamento foram produzidas com o plasma de Harrison, beneficiando cerca de 45 mil mães e bebês por ano na Austrália.
Harrison iniciou as doações aos 18 anos, em 1954, após precisar de uma transfusão de sangue durante uma cirurgia no peito aos 14 anos. Ele manteve as doações quinzenais até 2018, quando se aposentou aos 81 anos.
Sua filha, Tracey Mellowship, afirmou à BBC que o pai sempre incentivava a doação de sangue e destacava a importância do gesto.
RECONHECIMENTO E TRAJETÓRIA
Em 1999, Harrison recebeu a Medalha da Ordem da Austrália por suas contribuições.
Em 2005, foi reconhecido pelo Guinness World Records como o maior doador de plasma do mundo, título que manteve até 2022.
Não há uma explicação definitiva para a presença do anticorpo Anti-D em seu sangue, mas especialistas sugerem que as transfusões recebidas na adolescência possam ter influenciado essa característica.
Com informações do Portal R7*